Projeto de lei reconhece lenda do ‘Cabeça de Cuia’ como patrimônio cultural imaterial do Piauí; conheça a história
O projeto de lei 193/23, que reconhece a tradicional lenda do Cabeça de Cuia como Patrimônio Cultural Imaterial do Piauí, foi aprovado, na terça-feira (3), pelo Plenário da Assembleia Legislativa (Alepi). A estória se popularizou no século XIX no estado e, atualmente, o monumento que homenageia a lenda é um dos principais pontos turísticos de Teresina.
“Reconhecer como patrimônio imaterial práticas e domínios da vida social que se manifestem em saberes, ofícios e modo de fazer, celebrações, formas de expressões cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas é preservar a cultura”, afirmou o autor do projeto de lei, o deputado Francisco Limma (PT).
A lenda
A lenda conta a história de Crispim, um jovem de família de baixa renda que residia à margem do rio Parnaíba, em Teresina. Um dia, ao chegar para almoçar, o rapaz encontra uma sopa rala, feita com ossos e sobras de refeições anteriores.
Crispim se revolta e inicia uma discussão com a própria mãe, arremessa um osso de boi contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a. Antes de morrer, no entanto, a mãe teria o amaldiçoado a ficar vagando pelos rios Parnaíba e Poti.
O jovem logo vira uma figura monstruosa, com uma enorme cabeça, no formato de uma cuia. Conforme a mãe, a maldição chegaria ao fim somente quando ele devorasse sete Marias virgens.
Após a sentença, Crispim corre ao rio Parnaíba, onde se afoga. Mas, segundo a lenda, seu corpo nunca foi localizado. Assim, moradores da região acreditam que o Cabeça de Cuia, além de procurar por virgens, é capaz de matar banhistas e virar embarcações no rio.
A narrativa popular é baseada em elementos culturais, históricos e em protetores da natureza, descritos em outros contos do folclore, servindo como um alerta para a preservação de rios, da fauna e flora.
Em Teresina, um monumento que homenageia o Cabeça de Cuia, situado no Parque Ambiental Encontro dos Rios, no bairro Poti Velho, é um dos mais visitados da capital. A figura folclórica se popularizou no final do século XIX. G1-PI