‘Dust devil’: Piauí tem alta incidência de redemoinhos de poeira; tempo quente e seco favorece formação do fenômeno

O tempo quente e seco no Piauí tem favorecido a formação de um fenômeno conhecido como “Dust devil”(“demônio de poeira” em inglês), que são redemoinhos, ventos em espiral, rotatórios, originados pela transmissão de calor pelo ar. O movimento acontece em áreas planas e sem vento. Com o calor, a tendência do ar é expandir e fazer um deslocamento vertical, em espiral, criando redemoinhos.

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“É característico de locais com temperaturas mais elevadas e baixa a umidade do ar. Sempre ocorrem em áreas que têm vegetação de baixo porte ou sem vegetação e daí eles se dissipam quando eles encontram um local com vegetação”, explicou a meteorologista Edivania Lima, da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

O fenômeno oferece risco à população porque a inalação da poeira e o contato dela com os olhos pode trazer desconforto. Há também o perigo de ferimentos, caso algum objeto, como pequenos galhos, seja arrastado pelo redemoinho. Por isso, a orientação é não se aproximar.

Temperaturas mais altas do Brasil

Nos últimos dias, moradores de Colônia do Gurguéia e de União registraram ocorrências dos fenômenos (assista no início da reportagem), mas eles tem ocorrido com frequência em todo o estado e a tendência é continuar.

Isso porque os municípios piauienses têm registrados altas temperaturas e baixa umidade do ar. Na terça-feira (9), por exemplo, Oeiras foi a cidade mais quente do Brasil, com 43,1 °C. E São João do Piauí ficou em terceiro lugar, com 42,2 °C.

Além do calor, quase todo o estado também tem sido afetado pelo tempo seco. Nesta quarta (10), por exemplo, há três avisos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para baixa umidade do ar, amarelo (perigo potencial), laranja (perigo) e vermelho (grande perigo). Veja o mapa abaixo:

Há três avisos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para baixa umidade do ar no Piauí — Foto: Inmet

Cidades como Teresina, Piripiri, Barras, Altos, União, Campo Maior e José de Freitas serão afetadas. Como é possível ver na imagem acima, alguns municípios estão sob os três avisos, portanto, neles é possível que a umidade relativa do ar varie entre 30% e 20% (alerta amarelo), 20% e 12% (alerta laranja) e, por fim, abaixo de 12% (alerta vermelho).

Mais de 130 municípios, entre eles Picos e Floriano, devem ser afetados pela intensidade mais crítica do fenômeno. A previsão é de umidade relativa do ar abaixo de 12%, bastante inferior ao nível ideal (60%-50%) indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Isso representa risco de incêndios florestais e à saúde humana, causando ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Por isso, o Inmet recomenda hidratação, uso de hidratante para pele e umidificação do ambiente. Além disso, é recomendado não praticar atividades físicas e evitar exposição ao sol. G1-PI