Alto custo afasta folião e apenas 176 caminhões se inscrevem para o Corso de Teresina

Apenas 176 caminhões confirmaram participação no Corso de Teresina deste ano. As inscrições para o maior desfile de carros decorados do mundo iniciaram no dia 6 de janeiro, com 800 vagas, e encerrou nesta quarta-feira (4). O número é bem menor do que o alcançado em 2014, quando 420 veículos foram inscritos. O presidente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMCMC), Lázaro do Piauí, lamentou a diminuição no número de participantes e apontou o elevado preço no aluguel dos caminhões como principal fator para a baixa procura.

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Lázaro do Piauí lamentou baixo número de inscritos no Corso 2015 (Foto: Catarina Costa / G1)

“Vejo uma desistência espontânea da população, pois não mudamos as regras da festa e sim adotamos medidas para melhorar o evento. Aumentamos a segurança e queremos maior mobilidade no dia do Corso. Não é nossa culpa se o folião não pensa na questão da tradição e prefere brincar de outra forma, por ser mais barata. O problema é o alto custo com o caminhão, que chega até R$ 10 mil, e este motivo tem levado muitas pessoas a optarem por ir no chão”, declarou.

Foliã de carteirinha, Marta Vasconcelos desistiu de levar o caminhão para a avenida este ano e optou por curtir a festa a pé. Por três anos ela e mais 43 amigos desfilaram no Corso e chegaram a ser campeõs em 2014, mas devido ao alto custo em preparar um veículo para o evento, não fizeram a inscrição este ano.

“Só o caminhão sem nada custa R$ 3.500, ainda tem o aluguel do banheiro que chega a R$ 250, mais decoração e outros gastos. Ano passado gastamos R$ 20 mil e este ano ao avaliar as despesas, vimos que não compensa, sai muito caro”, contou.

Outra veterana no Corso é Andreia Lopes, que resolveu no último dia do prazo fazer a inscrição. A estudante explica que o preço caro no aluguel do caminhão quase fez o grupo dela desistir do desfile. “Nos organizamos em cima da hora, porque estava difícil conseguir veículo. Todo ano fazemos um levantamento e arrecadamos dinheiro com os amigos, mas todo ano fica mais caro participar”, revelou.

Para a participante, o número menor de caminhões deve melhorar a mobilidade no evento. “Ano passado não saímos do balão da UFPI e creio que isso fez com que muitas pessoas desistissem. É chato porque você não curte a festa direito e as pessoas acabam não vendo o seu carro”, lembrou.

Apesar do número de inscritos ser inferior aos anos anteriores, ele pode crescer já que ao grupo que garantiu participação no evento podem se juntar outros 30 veículos que fizeram inscrição, mas ficaram devendo alguns documentos. Eles ainda poderão regularizar sua situação e participar da festa.

O Corso de Teresina está no Livro dos Recordes como a maior parada de carros alegóricos do mundo: com 343 veículos. Marca obtida na edição de 2012.         G1-PI

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