Ciro nega participação na Lava Jato e fala em renúncia
O senador Ciro Nogueira (PP) se pronunciou nesta terça-feira (3) sobre a noticia publicada na Folha de São Paulo, com os depoimentos de delação premiada na Operação Lava Jato, feita pelo doleiro Alberto Youssef, de que Ciro seria um dos beneficiados de parte da propina paga pela construtora Queiroz Galvão em um contrato para implantação de tubovias em Abreu e Lima.
Em nota à imprensa Ciro mantém o posicionamento que tem desde quando seu nome começou a circular entre informações da Operação Lava jato.
“Desde o início, agora e até o final desta circunstância política, mantive, mantenho e manterei uma única posição: jamais tive qualquer relação imprópria com qualquer dos acusados da operação Lava Jato.Repito o que sempre sustentei: renunciarei ao mandato de Senador da República se surgir qualquer prova objetiva que venha macular minha atitude como homem público.Assumo mais uma vez este compromisso porque tenho consciência plena de meus atos e sei que as acusações não tem nenhuma base na realidade”, afirmou.
A Procuradoria-Geral da República promete divulgar ainda nesta semana a lista dos políticos envolvidos no caso.
Em um dos depoimentos, Youssef indicou que Ciro Nogueira e Fonte receberam entre 2010 e 2011 parte da propina paga pela construtora Queiroz Galvão em um contrato para implantação de tubovias em Abreu e Lima.
Segundo auditoria da Petrobras, em 2010 as construtoras Queiroz Galvão e a Iesa assinaram contrato no valor de cerca de R$ 2,7 bilhões para a implantação de tubovias na refinaria.
De acordo com o delator, o suborno foi negociado ainda antes da assinatura do contrato, em uma reunião da qual participaram um representante da Queiroz Galvão, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o então presidente do PP, José Janene, morto em 2010, o ex-assessor do PP João Genu e Youssef.
No encontro realizado num hotel no Rio de Janeiro, o grupo pressionou a Queiroz Galvão a fechar rapidamente o negócio e ameaçou estimular a criação de uma CPI sobre a estatal, ideia aventada pela oposição à época.
Após a reunião, a empreiteira fechou o contrato e parte da propina foi paga em doações oficiais a candidatos, segundo o delator.
O pagamento do suborno em dinheiro foi coordenado por Fernando Soares, o Baiano, também preso na Lava Jato, segundo o delator. Parte da propina foi destinada a Youssef, que então a repassou a Nogueira e Fonte.
Na negociação, também ficou acertado que, do total da propina, R$ 10 milhões seriam destinados a impedir a realização da CPI da Petrobras, e um dos beneficiários desse dinheiro foi o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, disse Youssef. portalaz