Menor condenado por estupro coletivo em Castelo é espancado até a morte no CEM

8db78b0ac486c545992c7d922b0ff6a7Um dos adolescentes acusado de estupro coletivo em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina) foi morto na madrugada desta sexta-feira (17) dentro do alojamento do CEM (Centro Educacional Masculino), no bairro Itaperu, zona Norte de Teresina.

A informação foi confirmada pela Polícia Militar. A vítima é Gleison Vieira da Silva, 17 anos, e foi assassinado por volta das 23h na cela “D” com murros, pontapés e pancadas na cabeça. Os suspeitos do homicídio são os três menores que participaram do estupro coletivo em Castelo e dividiam a cela com ele, na área de isolamento.

Gleison chegou a ser socorrido por uma equipe de enfermeiros do CEM, mas não resistiu e morreu.

Segundo o diretor de Atendimento Socioeducativo da Secretaria de Estado da Assistência Social, Anderlly Lopes, a motivação do crime seria vingança. Gleison foi o adolescente que delatou os colegas e que ajudou a polícia na investigação.

“Eles já confessaram o crime e este foi um ato de vingança. A princípio a rotina iniciou-se bem, mas fomos surpreendidos e é como um lobo na pele de cordeiro. Foi uma abordagem covarde e de traição”, disse Anderlly Lopes.

Os adolescentes suspeitos do homicídio, de 15 e 16 anos, foram condenados por 24 anos de internação pelo crime de estupro coletivo, tentativa de homicídio e pela morte da estudante Danielly Rodrigues Feitosa, 17. Eles são apontados como autores do estupro de quatro garotas em Castelo, além de amarrá-las e jogá-las de um morro de dez metros de altura nos arredores do município.

O gerente de internação do Centro Educacional Masculino (CEM), Hebert Neves, disse ao Notícia da Manhã desta sexta-feira (17) que Gleison Vieira da Silva, 17 anos, foi morto após ter sido surpreendido pelos outros três adolescentes também envolvidos no crime de Castelo quando fora ao banheiro no alojamento onde eles estavam.

“Eles estavam separados mas no mesmo alojamento. Por volta de 1h, aconteceu o episódio. Ontem, na chegada deles, conversamos com os quatro, sabendo da responsabilidade e da repercussão do caso dentro e fora da unidade. Falamos da proteção da integridade física deles. Houve uma rejeição de todos os internos que bateram nas grades por 10 e 15 minutos. Então eles ficaram numa ala isolada. Na noite anterior, não havia indício de agressão, acreditamos que houve a discussão”, descreve.

Segundo Neves, o adolescente foi espancado até a morte. “Não houve perfuração. Ainda será realizada a vistoria, mas, visualmente, só detectamos o espancamento na região do crânio”, descreve.

O gerente de internação diz ainda que se deslocou ao CEM assim que soube do fato e que conversou com os outros três rapazes momentos após a morte de Gleison. “A frieza deles é surpreendente. Não têm arrependimento. Assumiram o que fizeram e contaram com detalhes: um deu a gravata no outro no banheiro; os outros participaram. Era como se eles tivessem matado uma mosca, um inseto qualquer”, narrou. “Perguntei a eles, se tinham combinado e eles disseram que foi de repente, que viram que podiam eliminar ele. Quando perguntei por qual motivo, eles não disseram o porquê. Só disseram que fizeram, na maior tranquilidade, frieza e destreza. Não vi remorso ou arrependimento. Eles já haviam cometido o ato infracional de maior gravidade possível e cometem novamente. Foi uma crueldade, barbaridade com o outro. Tenho 20 anos de experiência nesse sistema e o que me surpreende mais é que adolescentes que cometeram atos semelhantes os rejeitaram”, acrescentou.

Neves diz ainda que os adolescentes não têm condições de voltar ao CEM, já que a repercussão do crime é grande entre os outros internos da unidade.

Após o homicídio, o trio foi conduzido ao IML e a Central de Flagrantes, depois foram levados ao Complexo da Cidadania, onde estão separados, um em cada alojamento para que não haja contato dos três entre si para evitar novas agressões.

A família de Gleison já foi avisada da morte do menor e está se deslocando de Castelo para Teresina. Ainda não há informações de onde será o velório e sepultamento. Cidadeverde

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