Piauiense morre durante a Marcha das Margaridas em Brasília

97d42de4f3f61c1028437e53ebac766cA agricultora familiar de Monsenhor Gil, Maria Ozenira Cardoso Araújo dos Santos, 44 anos, morreu na manhã de ontem(12) no Hospital de Base em Brasília após não resistir a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, que sofreu quando participava da Marcha das Margaridas, ainda na terça-feira(11). O corpo chega no início da madrugada desta sexta-feira, por volta das 1 hora.

Maria Ozenira é esposa do diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Jurandir Santos, e participava da Marcha das Margaridas na comitiva de 200 mulheres do estado.

De acordo com o secretário Municipal de Desenvolvimento Rural de Monsenhor Gil, Avelar Almeida, ela começou a passar mal durante as inscrições ao chegar em Brasília e ainda chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu.

“A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) se responsabilizou pelo translado do corpo e o marido dela foi para Brasília para poder liberar. A previsão é que o corpo saia hoje a noite de lá e chegue na madrugada aqui”, afirmou o secretário.

A agricultora morava no assentamento Recanto das Palmeiras e deixa dois filhos um de 18 e outro 20 anos.

Outra morte na Marcha das Margaridas

A confederação informou que a outra vítima era de Sergipe e se chamava Maria Pureza. Ela teria sofrido um infarto fulminante e morreu na concentração das participantes, antes mesmo de ser socorrida.

Notas de pesar

Durante o encerramento da Marcha das Margaridas, no Estádio Mané Garrincha, a presidente Dilma Rousseff citou as duas trabalhadoras que morreram e prestou solidariedade às famílias delas. No discurso, ela citou nome e sobrenome de ambas.

“Cumprimento as margaridas do Sul, do Sudeste, do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste. As margaridas, extrativistas, pescadoras, quebradeiras de coco, ribeirinhas, quilombolas e indígenas. As margaridas trabalhadoras rurais, assentadas da reforma agrária, agricultoras familiares, que honram a luta da Margarida Alves. Quero também lamentar aqui o falecimento da Maria Pureza, do Sergipe, e a Maria Ozenira, do Piauí. Duas margaridas que nos deixaram”, disse a presidente.

Nesta quinta-feira(13), a senadora Regina Sousa (PT) também irá lançar nota de pesar em pronunciamento no Congresso Nacional,

Marcha das Margaridas

margaridasA Marcha das Margaridas é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e outras onze entidades parceiras.

O evento foi criado em homenagem a Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 por um latifundiário que se sentia ameaçado pela luta constante da ativista. Ela era presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Alagoa Grande, na Paraíba, e morreu com um tiro de espingarda no dia 12 de agosto, aos 50 anos.

A marcha é considerada a maior manifestação atual pelos direitos das mulheres no mundo e em 2015 reuniu cerca de 70 mil ativistas entre o Estádio Mané Garrincha e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O movimento defende um modelo de desenvolvimento sustentável, democrático e com efetiva participação das mulheres. Também faz uma defesa da reforma agrária e de políticas públicas de respeito à diversidade. cidadeverde

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