Ex-jogador da seleção Edilson Capetinha é investigado pela PF

edilsonO ex-jogador da seleção brasileira Edilson Capetinha é um dos investigados da operação da

Polícia Federal que investiga supostas fraudes no pagamento de prêmios de loterias da Caixa. Agentes da PF apreenderam discos rígidos e computadores na manhã desta quinta-feira (10) na casa do ex-jogador, na Bahia.

O ex-jogador negou envolvimento com o esquema investigado. Edílson afirmou que foi surpreendido pela notícia quando estava a caminho de um compromisso na cidade de Juazeiro,

no norte da Bahia. Ele afirmou que, ao saber das suspeitas, resolveu cancelar a viagem e voltar para Salvador.

O advogado de Edilson, Thiago Phileto, disse que o ex-jogador não tem ligação com o suposto esquema de fraudes. “A Polícia Federal já recolheu computador, HD, e a gente tem certeza de que quando as investigações forem aprofundadas, o nome dele será retirado [da lista de suspeitos]”, afirmou.

Segundo Phileto, o nome do ex-jogador foi incluído na lista de suspeitos por outro investigado pela Polícia Federal. “O nome dele foi ventilado de maneira leviana por uma pessoa que foi inclusive presa pela operação.”

Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que “já vem colaborando com as investigações da Operação Desventura” e que “manterá cooperação integral com as investigações em curso”. A

instituição destacou que “está tomando todas as providências de abertura de processos

disciplinares, apuração de responsabilidades e afastamentos, nos casos de envolvimento de

empregados do banco”.

A ação da PF cumpria na manhã desta quinta 54 mandados judiciais nos estados de Goiás,

Bahia, São Paulo, Sergipe e Paraná. Em Brasília, foram cumpridos 11 mandados de condução

coercitiva – quando o suspeito é levado à força,s e necessário, para prestar depoimento.

Até as 11h, nove pessoas haviam sido presas. Cerca de 250 policiais federais participam da

operação, que foi batizada de Desventura.

De acordo com a PF, o esquema desviou ao menos R$ 60 milhões de valores de bilhetes

premiados não sacados pelos ganhadores, que deveriam ser destinados ao Fundo de

Financiamento Estudantil (Fies). No ano passado, os premiados na loteria deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões.
A Polícia Federal já recolheu computador, HD, e a gente tem certeza de que quando as

investigações forem aprofundadas, o nome dele será retirado [da lista de suspeitos]”
Thiago Phileto, advogado de Edilson

A PF informou que a investigação apontou que o esquema criminoso contava com a ajuda de

correntistas da Caixa, que eram escolhidos pela quadrilha por movimentar grandes volumes

financeiros e que também seriam responsáveis por recrutar gerentes do banco para a fraude.

Segundo a corporação, quando os criminosos estavam de posse de informações privilegiadas,

entravam em contato com os gerentes para que eles viabilizassem o recebimento do prêmio por

meio de suas senhas, validando, de forma irregular, os bilhetes falsos.

Durante a investigação, um integrante da quadrilha foi preso ao tentar aliciar um gerente

para o saque do prêmio de um bilhete no valor de R$ 3 milhões. Meses depois ele foi

liberado e, segundo a PF, morreu em circunstâncias que ainda estão sendo apuradas.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, estelionato

qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento

público e evasão de divisas.

Edillson da Silva Ferreira, conhecido como Edilson Capetinha, começou a carreira em 1987 no

clube Industrial, um time do Espírito Santo. Ele passou também pelo Corinthians, Flamengo,

Palmeiras e Bahia. Pela seleção brasileira, o jogador foi pentacampeão na Copa do Mundo de

2002. Edilson tem 45 anos.

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