Eleições para Conselhos Tutelares no Piauí têm tumulto e denúncias de fraude
As eleições unificadas para escolha dos novos conselheiros tutelares foram realizadas no
domingo (4) e em algumas cidades do interior do Piauí a votação entrou na noite e ficou
tumultuada. Em todo o estado foram eleitos 1.135 conselheiros para um mandato de quatro
anos de duração. Somente na capital foram 20 candidatos eleitos.
A eleição contou com a utilização de urnas eletrônicas cedidas pela Justiça Eleitoral em
158 municípios e nas demais cidades a votação ocorreu de forma manual. Na cidade de Fartura
do Piauí, a 600 km de Teresina, a votação só terminou por volta das 22h e o colégio onde
ocorreu o pleito registrou lotação e tumulto.
De acordo com um eleitor ouvido pelo G1, muita gente deixou de votar porque não suportou o
calor e a fome enquanto esperavam na fila de votação. Segundo ele, quatro seções eleitorais
que juntas somam quase 1.700 eleitores foram unificadas com a utilização de uma única urna
eletrônica e mesmo após as 17h muita gente ainda esperava para votar.
Na cidade de Dom Inocênciox, a 615 km de Teresina, a votação ocorreu de forma manual e a
apuração só terminou depois de 1h da manhã desta segunda-feira (5). Mais de três mil
pessoas votaram nas seções das zonas urbana e rural do município. Devido à distância de
algumas localidades, a apuração demorou começar e foi lenta.
De acordo com o Ministério Público Estadual (MP-PI), até mesmo denúncias de compra de voto
foram recebidas durante a realização do pleito em alguns lugares do estado. Segundo o
promotor Glécio Setubal, se forem comprovadas as denúncias os candidatos envolvidos podem
ter o mandato cassado.
“A eleição, apesar de ser atípica, tem que ser encarada com seriedade e responsabilidade
por cada eleitor. Ele tem que manter sua ética enquanto cidadão e não se corromper pela
compra de voto. Mas alertamos que se essas condutas forem configuradas nós poderemos adotar
medidas no sentido de cassar esses candidatos”, disse o promotor.
Os conselheiros tutelares têm a responsabilidade de encaminhar para a Polícia, Ministério
Público e o Judiciário as denúncias de casos de violência contra crianças e adolescentes. G1-PI