‘Ela deixou duas famílias desoladas’, diz filho de piauiense atropelado
O filho de um dos operários que morreu no domingo (18) após ser atropelado enquanto pintava uma ciclofaixa, na Zona Norte de São Paulo, disse que a motorista deixou duas famílias desoladas. José Airton de Andrade é natural de Pedro II, a 166 km de Teresina, Norte do Piauí, cidade onde o corpo será sepultado. O outro operário morto é Raimundo Barbosa, também piauiense de Piripiri.
“Essa mulher (motorista) deixou duas famílias desoladas, ao todo somo 10 órfãos, sendo seis menores. Se a Justiça colocar essa mulher na rua, daqui a pouco ela vai estar dirigindo e destruindo outras famílias. Ela não pode ser solta, não aceitamos isso!”, afirmou Airton Leonardo, filho do primeiro casamento de José Airton.
As famílias dos operários estão aguardando a chegada dos corpos prevista para a tarde desta segunda-feira (19). O sepultamento de ambos deve acontecer somente na manhã desta terça-feira (20).
“Minha família perdeu um grande homem, que vivia há 16 anos honestamente em São Paulo”, disse o filho.
Nesta segunda-feira (19) a justiça decretou a prisão preventiva da motorista Juliana Cristina da Silva, de 28 anos. Ela tinha bebido três vezes mais que o limite estabelecido pelo código de trânsito, de acordo com teste do bafômetro. Juliana foi presa em flagrante por homicídio culposo e está detida na carceragem feminina do 89º Distrito Policial.
Entenda o caso
O acidente aconteceu na madrugada de domingo (18). Raimundo Barbosa dos Santos, 38 anos e José Airton 54 anos, pintavam uma ciclofaixa em Santana, na Zona Norte, quando foram atropelados.
Os atropelamentos aconteceram por volta de 1h30, na Avenida Luiz Dumont Villares. Duas faixas foram interditadas até a retirada dos corpos, por volta das 4h30.A motorista fugiu, mas foi parada a 3 km de distância do local dos atropelamentos e levada ao 73º DP (Jaçanã).
Os corpos dos dois operários piauienses chegaram às 16h desta segunda-feira (19) a Teresina. Consternados e revoltados, os familiares das vítimas que estavam no Aeroporto Petrônio Portela clamaram por Justiça.
“Ele (o irmão) não volta mais, mas queremos Justiça. Quero que a mulher (motorista suspeita de ter atropelado os trabalhadores) permaneça presa porque isso deixa a família um pouco aliviada. Todos os filhos estão chocados, chorando e sentindo a falta do pai”, disse Antônio Silvestre, irmão do operário morto Raimundo Barbosa, que tinha 38 anos.