Pedro II registra 20 denúncias de estupro por mês; garotos estão entre as vítimas

delegadacamilaEm Pedro II, três dias após o crime bárbaro de estupro contra um bebê, mais um caso entrou para a estatística de crimes sexuais. Um dos pontos que também chama atenção é que garotos e pessoas com deficiência também estão entre as vítimas, além de meninas e mulheres. A delegada Camila Miranda conta que por mês recebe mais de 20 denúncias de abusos sexuais e alerta para a necessidade urgente da criação uma delegacia especializada de atendimento à mulher no município.

O caso mais recente ocorreu quarta-feira (10) na zona rural de Pedro II. Uma menina de 10 anos de idade foi levada para uma casa abandonada e o crime só não foi consumado porque a esposa do suposto agressor- um idoso com mais de 60 anos e que não foi localizado- o flagrou.

“A menina mora com a avó materna e o suposto agressor é vizinho. A criança relatou que estava sofrendo ameaças há certo tempo e que o autor dizia que se eles não mantivessem relação, a mataria. A menina disse que de tanta insistência, temia ser abusada por ele naquele dia e que o crime só não aconteceu porque a esposa dele chegou na hora”, conta a titular da delegacia de Pedro II.

“Faço uma comparação, por exemplo, com a cidade de Piripiri que fica bem próximo a Pedro II. Lá é bem maior, tem delegacia especializada e tem menos casos de estupro. Desde que assumi a delegacia, em maio de 2016, tenho percebido o alto índice de crimes de estupro. Os relatos de crimes desta natureza são diários, cerca de cinco por semana. Além de menores de idade do sexo feminino, os meninos também estão entre as vítimas além de portadores de alguma deficiência e têm a mobilidade reduzida”, desabafa a delegada ressaltando ainda que, atualmente, há nove inquéritos na cidade contra estupro de vulneráveis.

Camila Miranda ressalta que, infelizmente, muitos casos não são denunciados por medo dos agressores.

Sobre o caso do bebê, por exemplo, a delegada acrescenta que o inquérito será concluído nesta sexta-feira (12). O adolescente de 17 anos foi apreendido dois dias após o crime.

“O inquérito vai ser concluído amanhã e remetido à Justiça. Agimos com pressa para que a internação provisória do menor infrator se torne definitiva e ele fique internado pelo tempo máximo que é de  três anos”, finaliza.

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