A cinco dias das eleições, campanha eleitoral no Piauí vira um “campo de guerra”
A cinco dias das eleições municipais, o Piauí vira um verdadeiro “campo de guerra”. “Pipocam” confusões de norte a sul do Estado. 151 municípios já pediram tropas federais, mas o governador foi dizer ao ministro presidente do TSE, Gilmar Mendes, que a Polícia Militar tem condições de controlar.
O nível sangrento da campanha no Piauí perde de goleada para a baixaria verbal adotada em Barra do Corda, no Maranhão.
Enquanto em Barra do Corda o forte da agressão são as ofensas difundidas nas músicas dos candidatos “Vaquerim” e Eric Costa, no Piauí tapas, chutes e até tiros detonam o nível da reta final da campanha de 2016.
Em São Raimundo Nonato , o clima esquentou tanto entre os grupos políticos que se desentenderam e, na sexta-feira (23/09), uma confusão generalizada resultou em pancadaria na avenida mais movimentada da cidade.
Em Campo Maior um confronto entre grupos políticos aconteceu sábado (24/09), no bairro de Fátima. Havia suspeita de realização de pesquisa irregular para beneficiar o candidato do prefeito e distribuição de panfletos criminosos. Eleitores dos dois lados se confrontaram. A briga foi contida pela Polícia Militar.
Em Parnaíba, o clima é de ameaças entre eleitores. Cabos eleitorais estariam registrando boletins de ocorrências uns contra os outros nas delegacias.
Em Aroazes , a candidata Talita Vale, filha do delegado Bernardone Vale, sobe no palanque contra a família Portela, cujo patriarca (Manoel Portela) teria sido assassinado a mando de Bernardone Vale, o “China”. Nos palanques o clima é de tensão, ameaças e xingamentos. Uma bala perdida pode mudar o curso da história.
Em Palmeirais , na noite de segunda-feira (27), a população prendeu um homem que estaria comprando votos no povoado Riacho dos Negros. Foram à delegacia, mas lá só tinha um policial de plantão que não atendeu a ocorrência. Resultado: só não lincharam o homem porque um grupo impediu.
Em Esperantina, na noite de segunda-feira (26/09), a candidata Vilma Amorim (PT) realizava uma caminhada pelo residencial Alecrim, em companhia de diversos candidatos a vereador e simpatizantes, quando um homem teria tentado “jogar” uma moto contra a multidão. O caso foi parar na polícia.
Os números da violência no Piauí parece não ser suficientes para as tropas federais. O Tribunal Regional Eleitoral do Estado há cerca de um mês enviou solicitação de reforço ao TSE. No entanto, o governador Wellington Dias declarou, na época, que a Secretaria de Segurança Pública teria estrutura para garantir o clima de tranqüilidade nas eleições.
Diante das declarações do governador, o TSE negou o envio de tropas federais ao Piauí. O TRE pediu ao TSE que reconsidere o pedido e até a manhã dessa terça-feira (27), o Tribunal Superior Eleitoral não havia respondido.
O certo, até agora, é que apenas 1,6 mil homens da Polícia Militar irão reforçar o policiamento no interior. portalaz