Piauí tem apenas 40 peritos criminais quando necessário seria o dobro
Profissionais fundamentais pra elucidação de crimes reclamam que trabalham no limite e não conseguem atender a demanda. No Piauí, atuam menos de 40 peritos, quando o necessário seria, pelo menos, o dobro. Enquanto isso, a maioria dos casos continua sem solução.
Agostinho Arcanjo, é dono de um pequeno comércio no bairro Água Mineral, Zona Norte da capital e segundo ele já foi vítima de assaltos e arrombamentos oito vezes. “A última vez faz quinze dias. A gente fica um pouco chateado porque pagamos impostos, o lucro já e pouco e quando acontece um negócio desses fica sem solução”, afirmou.
De acordo com Maria Deusalina, esposa do comerciante, os policiais civis nunca procuraram ir até o local para coletar provas. “Quando nós vamos registrar a queixa eles mesmos dizem que sabem quem cometeu o crime, mas pedem para gente mesmo investigar e passar as informações para eles”, contou Deusalina.
Teresina conta com 4 mil mercadinhos e segundo Milton Carvalho, presidente do Sindicato dos Merceeiros do Piauí, todos já foram alvo de bandidos pelo menos uma vez. “A maioria dos comerciantes já foram assaltados mais de cinco vezes, alguns chegando a ser vítima 20 vezes. Apesar de fazer os Boletins de Ocorrência, não aparece nenhuma equipe de investigação”, argumentou Milton.
Para Francisco Wilson Leal, assessor jurídico da associação dos peritos papiloscopistas, às vezes as delegacias nem solicitam a presença dos peritos. “É preciso que a delegacia envie uma solicitação para a presença desse profissional no local do delito. A vítima tem o direito de exigir um perito para que haja a coleta de provas que ajudem a esclarecer o crime”, argumentou.
O delegado geral da Polícia Civil, James Guerra, reconheceu que o número de peritos não é suficiente e afirmou que já foi pedido ao governador Wilson Martins a nomeação dos aprovados no último concurso. G1-PI