Vistoria encontra 92 barras de ferro e 18 celulares em presídio do Piauí
‘Chumchos’, como falam os presos, são armas fabricadas com ferros da estrutura da penitenciária (Foto: Marco Freitas/G1)
Durante uma vistoria na manhã desta quinta-feira (6) da Secretaria de Justiça do Piauí, Polícia Rodoviária Federal e Tropa de Choque da Polícia Militar, foram encontrados 41 aparelhos celulares em posse de detentos da Penitenciária Irmão Guido em Teresina. Segundo o diretor de diretor de inteligência e proteção externa da Secretaria de Justiça do Piauí, Anselmo Portela, além dos celulares também foram encontrados 92 barras de ferro afiadas que foram retiradas da própria estrutura do presídio, 18 carregadores de celulares e drogas como crack e maconha, durante a vistoria.
Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira, Anselmo Portela explicou que a vistoria que começou às 9h da manhã foi realizada em dois dos seis pavilhões da Irmão Guido. “Fizemos vistoria nos pavilhões ‘B’ e ‘C’. que abrigam metade dos cerca de 380 presos da unidade prisional. Ao todo, os dois pavilhões tem de 180 a 200 internos. Continuamos fazneod vistorias em outros pavilhões”, declarou.
Para o diretor de inteligência e proteção externa de presídios, alguns dos materiais como drogas e celulares chegaram até os detentos por meio de familiares. Ele disse também que no momento da revista uma mulher chegou a ligar para um dos aparelhos, mas desligou logo em seguida.
A operação contou com a tropa de choque da PM e agentes da Polícia Rodoviária Federal. A tropa de choque ficou responsável pela escolta dos presos enquanto a Policia Rodoviária Federal realizou a revista com cães farejadores. Ao todo, foram seis agentes da PRF acompanhados por três cães treinados para localizar entorpecentes.
A Secretaria de Justiça admite falhas na revista e deficiências na estrutura da penitenciária. Ainda segundo Anselmo Portela, não é possível rastrear as ligações realizadas pelos detentos. “O rastreamento não pode ser realizado sem ordem judicial e os presos não cometem crime por utiliza-los, de forma que fica difícil puni-los. Eles podem ser punidos disciplinarmente, pegando no máximo 30 dias sem banho de sol, mas não são penalizados criminalmente”, explicou.
Sobre a possibilidade dos presos estarem usando os aparelhos para comandar ações criminosas dentro da unidade prisional, o diretor disse achar pouco provável.
“Não há informações nesse sentido. Acreditamos que os celulares deviam estar sendo utilizados para falar com familiares e amigos”, relatou.
Já sobre a retirada de barras de ferro da estrutura do presídio, Anselmo admite a vulnerabilidade. “A estrutura é antiga, mas é o prédio que nós herdamos. Quando ela é danificada, buscamos fazer reparos e reforçar a vigilância”, afirmou. G1-PI