Black Friday começou nesta sexta com expectativa de vendas recordes, mas ainda sob efeito da crise

Começa à meia noite desta sexta (24) a oitava edição da Black Friday, data de promoções coletivas já consolidada na internet e que ganha cada vez mais adesão no varejo físico brasileiro.

Os organizadores do evento e especialistas em varejo ouvidos pelo G1 esperam mais um recorde de vendas e alguns arriscam até mesmo um faturamento superior ao do Natal, com consumidores aproveitando para antecipar as compras.

Mas eles ponderam que, apesar de uma ligeira melhora da confiança e do cenário macroeconômico em relação à edição de 2016, ainda não dá para falar em uma “Black Friday da retomada” e muitas empresas devem aproveitar a data para tentar desovar produtos encalhados.
Para dar conta do movimento, muitas lojas diluíram as promoções em mais dias, vão abrir mais cedo na sexta (até mesmo de madrugada) e montaram “operações de guerra” para entregar os pedidos feitos online.
Os entrevistados destacam o aumento da procura dos consumidores por descontos em viagens e serviços, além de produtos inusitados como pneus. Os campeões de busca, porém, continuam sendo os eletrônicos – categoria na qual não dá para se esperar promoções extravagantes.

A provedora de informações sobre e-commerce Ebit estima que as vendas feitas pela internet chegarão a R$ 2,19 bilhões apenas nesta sexta-feira, um aumento de 15% em relação à edição do ano passado. Cerca de 3,1 milhões de pedidos são esperados.

De acordo com monitoramento do Buscapé, além dos produtos eletrônicos (celulares, TVs, computadores) e de linha branca (geladeiras, lavadoras), aumentou para esta edição da Black Friday a busca dos consumidores (e consequentemente a oferta de promoções) por itens de moda e o mais curioso, por autopeças.

Veja abaixo algumas dicas para aproveitar as ofertas sem ter dor de cabeça:

Compare e monitore preços;
Antes de fechar a compra, é recomendável pesquisar o histórico de preços do produto para entender o real desconto e evitar a maquiagem dos valores.

Alguns sites permitem que o consumidor consulte o histórico de preços de produtos nos anúncios da internet até um ano antes. Entre eles estão Buscape, Zoom, Baixou, Dicadepreço e Reduza.

Outra dica é usar ferramentas de comparação de preços para descobrir em qual loja comprar o produto com o menor preço.

Pesquise sobre a loja;
É importante consultar a reputação das lojas através dos sites do Procon, Consumidor.gov.br ou ReclameAqui. É possível ver a avaliação dessas empresas e como elas tratam as reclamações que recebem. O Procon traz uma lista atualizada mensalmente de sites não recomendados.

Confira lista AQUI

A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico recomenda verificar se o site da loja exibe endereço, telefone fixo ou filial física. O Procon aconselha evitar sites que exibem como forma de contato apenas um telefone celular ou e-mail gratuito.

É possível observar informações como razão social e CNPJ e confirmar esses dados no site da Receita Federal. Se a situação estiver “baixada”, “cancelada” ou “inativa”, desista da compra. Alguns sites não possuem essas informações por conta das políticas da empresa ou formato de comercialização, como é o caso de marketplaces (sites que reúnem diversas lojas virtuais). As lojas com os selos Black Friday Legal 2017 e Clique e-Valide já passaram por essa checagem.

O Procon-SP alerta que algumas lojas costumam elevar muito as taxas cobradas para a entrega, fazendo com que o desconto oferecido no produto acabe não valendo a pena para o consumidor. Por isso, verifique o seu preço antes de finalizar a compra e se achar que ele é abusivo, denuncie.

Como o volume de vendas durante esse período é maior que o habitual, é possível que as empresas estendam o prazo de entrega para dar conta de todos os pedidos. Por isso, fique atento às condições da compra para saber se ela está de acordo com sua necessidade. Se você quiser comprar um presente de Natal, verifique se ele vai chegar a tempo.

No caso de mercadorias que necessitem ser entregues em domicílio, solicite que o prazo de entrega seja registrado na nota fiscal ou recibo. Empresas também oferecem a possibilidade de agendamento de data e turno para a entrega de produto.
No ato da entrega, é importante assinar o documento de recebimento após examinar o estado da mercadoria. Havendo irregularidades, elas devem ser relacionadas, justificando, assim, o não recebimento.

Muitas vezes as promoções fazem o consumidor extrapolar nos gastos, já que têm a sensação de que estão economizando muito e acabam fazendo compras das quais se arrependem posteriormente. “Prova disso é que as trocas e devoluções registradas aumentam significativamente no pós-Black Friday”, afirma Luiz Pavão, especialista em e-commerce.

Para quem quer economizar, vale lembrar que algumas lojas oferecem bons descontos para pagamento via boleto bancário, pagamento único no cartão de crédito ou no cartão de débito.

Antes de fornecer os dados pessoais e do cartão, consumidor deve se atentar se o site de compras é seguro.

O grande volume de compras online nesse período é um prato cheio para fraudadores. Por isso, para garantir uma compra segura, o primeiro passo é checar se o site em que está navegando é um ambiente seguro.

Quando acessar a loja online, é preciso verificar se antes do “www” tem o protocolo “https”. Esse “s” significa que o ambiente possui certificado de segurança e atesta que os dados do cliente são protegidos por criptografia. Isso evita que essas informações sejam roubadas ou que o cartão de crédito seja clonado, por exemplo.

Outro conselho é realizar antes das compras a atualização do antivírus, antispyware e firewall para evitar roubo de dados.

Certificados de segurança

Verifique se a página possui selo de segurança. Ele atesta que o site é confiável para transações e inserções de dados. Se sim, clique sobre o selo, que geralmente fica no rodapé da página, e verifique se o certificado digital foi emitido para o mesmo endereço web em que se está navegando. Veja se existe um cadeado fechado (ícone visualizado em uma das extremidades da página). Clique no cadeado e observe se a informação do certificado corresponde ao endereço na barra de navegação do computador.

Muitas tentativas de fraude chegam através de e-mails falsos com links que se assemelham aos sites verdadeiros e que imitam até mesmo a interface.

Ao receber um e-mail com uma promoção, verifique o endereço, se empresa que enviou é conhecida e idônea. Se houver erros gramaticais na mensagem ou links duvidosos, é sinal para ficar alerta.

O Procon alerta a jamais fazer transações online em computadores desconhecidos (lan houses, cyber cafés, máquinas ou redes públicas), pois eles podem não estar adequadamente protegidos.

Nas compras usando celulares e tablets é recomendado baixar apenas aplicativos de lojas oficiais, como o Google Play ou a App Store da Apple e desconfiar dos aplicativos que solicitam permissões suspeitas, como acesso a contatos, mensagens de texto, recursos administrativos, senhas armazenadas ou informações do cartão de crédito.

Cuidado nas lojas físicas
Segundo advogado especializado em direito do consumidor Paulo Cruz, no dia da Black Friday, é possível que os vendedores realizem um atendimento mais ligeiro. No entanto, o consumidor deve ter parcimônia ao checar um produto.

Denúncia
Caso haja problemas, como divergência entre valor anunciado e valor na hora da compra, faça um print screen (reprodução) da tela e denuncie a maquiagem de preço.        G1

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