Violência contra a mulher: 14 mulheres foram assassinadas só este ano no Piauí
Um relatório fornecido pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher/Centro, revela que, durante este ano, 14 mulheres já foram assassinadas no Estado, o que reforça a tese de mudanças no contexto da Lei Maria da Penha, o que já está sendo discutido no Congresso Nacional.
Segundo a delegada Vilma Alves, titular daquela especializada, até ontem ao meio-dia, ela tinha conhecimento de 12 femicídios (assassinatos de mulheres), mas, minutos depois, foi informada de dois outros casos, sendo um em União, na região Norte do Estado, e outro na região de Picos.
Para a delegada Vilma Alves, apesar dos esforços feitos pelas instituições policiais no sentido de combater esse tipo de delito, necessário se fazer um empenho maior e mudanças na lei, principalmente na “Maria da Penha”, que já é uma considerada protetiva, mas que precisa punir com mais rigor os acusados de crimes contra as mulheres, exemplificando os casos ocorridos em Floriano, onde as duas vítimas estavam sob a proteção da lei e os acusados se aproximaram das mesmas apenas para matar.
CASO DE UNIÃO – A jovem Cleudiane Alves dos Santos, a “Maninha”, foi atingida com várias facadas, fato ocorrido – segundo a polícia em um prostíbulo – em União, a 59 quilômetros ao Norte de Teresina. A também jovem Dayana Cristina Rodrigues, 28 anos, foi presa como acusada de autoria do crime, mas nega a sua participação.
Ao falar sobre crime, o delegado Júlio Lima afirmou que no local onde ocorreu o crime ocorrem brigas envolvendo supostos usuários de drogas e de mulheres por clientes. “A briga teria começado dentro do prostíbulo e a morte já ocorreu do lado de fora”, disse o delegado.
A jovem Dayana Cristina foi presa por policiais militares quando tentava se esconder em residências da região. Já o corpo de “Maninha” foi removido para o Instituto Médico Legal de Teresina – IML, onde foi examinado e depois liberado para o velório que aconteceu na casa de seus familiares em União.
Enquanto isso mais de três mil mulheres piauienses continuam desprotegidas, após a promessa de aquisição do dispositivo eletrônico conhecido como ‘botão do pânico’ ainda continuar no papel. O equipamento chegou a ser lançado no ano passado pela Corregedoria de Justiça, mas seis meses depois nada foi feito.
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