Em meio a controvérsias, “Noé” com Russell Crowe chega aos cinemas do país

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Se você espera um filme totalmente fiel à história contada na Bíblia, não vá assistir ao longa “Noé”, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 3 de abril. O longa, dirigido por Darren Aronofsky (“Cisne Negro”) e protagonizado por Russell Crowe, como o próprio cineasta diz, é sua visão pessoal sobre o que está escrito no Livro de Gênesis. Aqueles que não gostam de interpretações não tradicionais de textos sagrados encontrarão muita coisa do que reclamar em “Noé”.

O pressuposto do filme é o mesmo da Bíblia e fala sobre Noé (Noah, em inglês), um homem escolhido por Deus para uma grande missão antes de o mundo ser destruído por uma enchente apocalíptica. Como o texto de Gênesis é curto e não tem praticamente nenhum diálogo, Aronofsky e seu corroteirista, Ari Handel, consultaram diversas fontes religiosas, acadêmicas e históricas para poderem entender melhor o complexo personagem. O resultado é um Noé mais humano, com dúvidas e com medo de errar e cheio de dilemas morais. Com esse “Noé” repaginado, Aronofsky e Handel disseram que a ideia era explorar questões levantadas pela narrativa bíblica.

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A Bíblia, por exemplo, afirma que Noé, seus filhos e as esposas de seus filhos foram para a arca. Isso acontece no filme, mas de uma maneira, digamos, diferente. Aí entram os demais personagens do longa. Jennifer Connelly, que já havia trabalhado com Crowe em “Uma Mente Brilhante”, interpreta a esposa de Noé, Naameh (cujo nome não é mencionado nos textos sagrados). Os três filhos de Noé, Shem, Ham e Jafé, são interpretados por Douglas Booth, Logan Lerman e Leo Carroll.

Emma Watson, a Hermione da franquia “Harry Potter”, dá vida a Ila, uma órfã que Noé adota depois de encontrá-la em meio a mortos em um campo de refugiados.

Dois veteranos atores completam o elenco do longa. Ray Winstone interpreta o “vilão” do filme, Tubal Caim, inimigo de Noé e descendente de Caim, aquele que matou o irmão Abel. Anthony Hopkins aparece como Matusalém, citado em apenas uma passagem bíblica na linhagem que liga a Adão a Noé, sendo filho de Enoque e avô de Noé.

Com orçamento de US$ 130 milhões, “Noé” não decepciona visualmente, começando pela arca em si. Darren Aronofsky quis construir, a partir do zero, uma arca de verdade, talhada de acordo com as medidas e especificações mais autênticas, segundo o que estava escrito na construção feita por Noé. A arca, que mais parece uma caixa do que um tipo de navio, foi montada em um campo em um parque em Long Island. A construção demorou cinco meses. Centenas de pessoas construíram 52 metros, ou cerca de um terço da arca, e o resto foi terminado pela equipe de efeitos visuais.

A “chuva” não fica atrás, já que, nos textos sagrados, chove sobre a Terra por 40 dias e 40 noites. Foram usadas tubulações de água embaixo do campo onde a arca foi construída, com duas bombas gigantes com cinco tanques de armazenamento de 22 mil galões. Guindastes imensos, cada um pesando 300 toneladas, seguravam “barras de chuva” feitas sob medida, com chuveiros de tamanhos variados.

Assista Trailer Oficial do Filme Aqui

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Imperfeito e ousado, “Noé” certamente dividirá a opinião pública. Alguns gostarão da “licença poética” de Darren Aronofsky, outros acharão o longa muito “sombrio” ou uma “total viagem” (os monstros de pedra tidos como guardiões que mais parecem vindos do filme ‘Transformers’, por exemplo, colaboram para isso). A polêmica em torno da obra, ela foi banida de diversos países islâmicos, também deve levar mais pessoas ainda aos cinemas. Não é à toa que “Noé” estreou em primeiro lugar nas bilheterias dos Estados Unidos na semana passada.  MSN

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