Após hashtag no Twitter, Polícia Civil investiga denúncias de assédio de professores em Teresina
A Polícia Civil vai investigar denúncias feitas pelo Twitter, em que jovens contaram casos de assédios que teriam sido cometidos por professores de diversas instituições de ensino de Teresina. Os relatos foram marcados com as hashtags #exposedteresina e #exposedpicos e publicados entre 30 de maio e 1º de junho.
O pedido de investigação foi feito pelo Ministério Público, que também vai apurar as denúncias. Segundo o MP, os casos investigados são os que os promotores conseguiram verificar que tratavam de denúncias de assédio ocorridas dentro de escolas e salas de aula, e que envolveriam professores e alunos.
O MP-PI encaminhou um ofício à Polícia Civil pedido que a investigação fosse iniciada nesta segunda-feira (1). A Polícia Civil confirmou ao G1 que a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) vai apurar os casos que teriam acontecido em Teresina. O MP informou também que um procedimento será instaurado em Picos para investigar as denúncias.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI) abriu um canal para receber as denúncias feitas pela hashtag. Por meio das Comissões de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Apoio à Vítima de Violência, os advogados acolherão os depoimentos para que sejam tomadas as devidas providências. As denúncias serão recebidas por meio da Ouvidoria de Gênero da OAB Piauí. O atendimento acontece de 9h às 13h ou pelo telefone (86) 9 9941-9234.
#exposed
A hashtag #exposed (palavra em inglês que quer dizer “exposto”), geralmente acompanhada da cidade onde se concentram as publicações, tem sido usada em várias partes do país há alguns anos sempre com a mesma intenção: dar vazão a denúncias de assédio cometidas por homens contra mulheres em situações diversas.
As denúncias são geralmente feitas sem que os nomes dos acusados sejam citados. Em algumas mensagens, as denunciantes acrescentam detalhes, como local de trabalho e características, que permitam que os assediadores sejam identificados por pessoas que os conhecem. A hashtag é usada para unir todas as denúncias num mesmo resultado de busca na rede social, e a união encoraja mais mulheres a denunciar. G1-PI