Delegados entregam chaves e não querem manter presos em distritos
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí (Sindepol) e representantes de distritos policiais do estado realizaram na manhã desta segunda-feira (12) a entrega simbólica das chaves das unidades na Central de Flagrantes de Teresinae afirmaram que não farão mais a custódia de presos nas delegacias. De acordo com a presidente do Sindepol, delegada Andrea Magalhães, os detentos deveriam estar no sistema penitenciário e essa seria uma responsabilidade da Secretaria de Justiça.
“Não aceitaremos mais fazer a custódia de presos e colocar em risco os policiais. A ordem judicial expedida no ano passado é clara e determina que as delegacias, incluído a Central de Flagrantes, não devem guardar estes presos. Não queremos promessas da Secretaria de Justiça de novas vagas, mas solução para a situação caótica”, declarou.
Para a delegada, com apenas três celas, a Central de Flagrantes de Teresina possui mais presos do que o sistema prisional e a superlotação no local é algo recorrente. “Como as celas sempre estão cheias não temos condições de reformar. Elas estão cheias de buracos e remendadas, podendo a qualquer hora ter uma fuga em massa. A atribuição destes detentos é da Justiça e não das delegacias”, disse Andrea Magalhães.
A representante do Sindepol revelou que nesta segunda-feira (12) a Central de Flagrantes amanheceu com 63 presos, mas a situação mais crítica foi registrada na semana passada, chegando ao total de 78 pessoas. A capacidade das três celas existentes na unidade é para apenas 12 pessoas.
“Na tentativa de burlar a determinação judicial, nove pessoas presas no fim de semana foram levadas para a sede da Polinter e isso também é ilegal. O local também não deve guardar detentos”, frisou.
Caso a Secretaria de Justiça não tome providências para a remoção dos presos, Andrea Magalhães ressaltou que os delegados tomarão uma postura mais rígida e eles mesmo levarão os detentos até a porta da Casa de Custódia. “A mobilização desta vez será na frente da peninteciária e a Sejus deverá receber estes detentos”, destacou. G1-PI