Pela 1ª vez, cidades lideram casos de trabalhadores escravos resgatados
Pela primeira vez desde o início do registro das operações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para combater o trabalho escravo, mais da metade dos trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão pelo órgão atuavam em áreas urbanas.
Em 2013, 2.063 trabalhadores foram resgatados pelo ministério em 179 operações realizadas no país, de acordo com dados divulgados pelo órgão nesta quarta-feira (14). Destes, 1.068 trabalhavam em áreas urbanas. O número total de resgatados é inferior ao de 2012, quando 2.750 trabalhadores foram libertados em 149 operações, mas em 2013 mais empregadores foram fiscalizados – 300, contra 255 no ano anterior.
De acordo com os dados divulgados pela Divisão de Fiscalização do MTE, das cinco ações fiscais que encontraram as maiores quantidades de trabalhadores em condições análogas às de escravo, quatro aconteceram em áreas urbanas, sendo três no setor de construção civil e uma no setor de alimentação.
Entre as cidades que foram alvo da operação, estão Guarulhos (SP), onde 111 trabalhadores foram resgatados de uma obra, e Rio de Janeiro, onde 93 pessoas eram mantidas em condição análoga à escravidão em uma empresa da área de alimentos.
A construção civil é a atividade em que houve maior número de pessoas resgatadas em 2013 – 849 em todo o país. Em seguida vem a agricultura, com 342 pessoas, e a pecuária, com 276. Os demais 596 resgatados atuavam em outras atividades.
No Estado de São Paulo, que teve 256 pessoas atuando em condições de escravidão na construção civil, a indústria da confecção é a segunda atividade com mais pessoas resgatadas, em um total de 104 trabalhadores em 11 ações de fiscalização.
Assim como nos cinco anos anteriores, o Pará é o Estado que mais teve ações de fiscalização de trabalho em 2013, com 74 operações. Em seguida aparecem Mato Grosso, com 30 ações, São Paulo, com 26, Minas Gerais e Goiás, ambos com 25 operações.
Em termos de trabalhadores resgatados, Minas Gerais lidera a lista, com 446 pessoas, seguido de perto por São Paulo, com 419 pessoas. Pará (141), Bahia (135) e Goiás (133) também estão entre os cinco Estados com maior número de resgatados. UOL