Falta transparência na contratação de pessoal para o enfrentamento à covid-19, diz TCE/PI

[Sem Piripiri na lista, apenas 14 municípios publicaram atos de acordo com o estudo feito.]Pelo menos 60 municípios não deram transparência às contratações feitas por causa da pandemia do novo coronavírus. A informação é de um levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE) relativos a processo de recrutamento de profissionais de diversas áreas para atuarem no enfrentamento à pandemia até o dia 30 de junho de 2020.

Sem Piripiri na lista, apenas 14 municípios publicaram atos de acordo com o estudo feito.

Além dos municípios, a Secretaria Estadual de Assistência Social (Sasc) também foi fiscalizada e não teria dado informações sobre as contratações realizadas.

Ao todo são 756 admissões temporárias sem que o processo esteja no portal da transparência.

Segundo o TCE, o levantamento não incluiu a Fundação Municipal de Saúde de Teresina nem a Secretaria Estadual de Saúde, que constam em objeto de fiscalização específica nos processos TC nº 004334/2020 e TC nº 004685/2020, respectivamente.

As contratações equivalem a mais de R$ 2,5 milhões, que segundo o órgão fiscalizador, está subestimado por falta da disponibilização de documentações pelos gestores.

Observou-se também que, em alguns municípios, a quantidade de profissionais contratados é superior a número de casos confirmados da doença. Além disso, em 156 vínculos, distribuídos em 19 unidades gestoras, não consta informação sobre o prazo total da contratação ou o mesmo prevê o prazo como “indeterminado”.

O levantamento serve para subsidiar a Seção de Fiscalização de Admissão de Pessoal em futuros processos de fiscalização, além de alertar as unidades jurisdicionadas para os requisitos mínimos de juridicidade quanto ao processo para recrutamento de pessoal, bem como, dos dados necessários para conferir-lhes ampla publicidade e transparência.

O Ministério Público de Contas recomendou o acolhimento das propostas de encaminhamentos sugeridos pela equipe que realizou o levantamento, como compartilhar os resultados com o Ministério Público Estadual; encaminhar cópia do relatório às 76 unidades gestoras objeto do levantamento para conhecimento e com alerta para as seguintes situações: contratações realizadas de forma direta, sem adoção de processos para recrutamento de pessoal, sem que fosse dada a devida publicidade, e com critérios objetivos para avaliação dos interessados, prejudicam o cumprimento dos princípios da impessoalidade, transparência e amplo acesso à função pública, conforme orientações exaradas na Nota Técnica nº 02/2020, do TCE/PI; ausência de informações essenciais à caracterização dos contratos celebrados, como remuneração, prazo de contratação, detalhamento da função contratada; e necessidade de cadastro de processos seletivos realizados junto ao Sistema RHWeb, na forma disciplinada pela Resolução TCE/PI nº 23/2016.

A conselheira relatora Waltânia Alvarenga determinou ainda que o estudo seja posteriormente devolvido à DFESP, a fim de que sejam atualizadas as informações das contratações temporárias de pessoal com os dados dos meses de julho em diante.

Apenas 14 prefeituras divulgaram o número de contratados. Destes, foram totalizadas 412 admissões temporárias, sendo que o município de Simões (a 440 km de Teresina) foi o que mais contratou, 56 pessoas no total. Até o dia 30 de junho, o município contabilizava 38 casos de coronavírus com nenhuma morte, segundo a CIEVS/SESAPI.       Fonte: TCE

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