Bancos precisam desempenhar função social, avalia Flávio Nogueira
Em discurso no plenário virtual da Câmara dos Deputados, o deputado federal Flávio Nogueira defendeu que as instituições financeiras tenham uma função social. O parlamentar argumentou que os bancos têm apresentado lucros significativos, mesmo diante de um cenário econômico fragilizado diante da pandemia do novo coronavírus e que poderiam contribuir para a redução das desigualdades sociais.
O parlamentar apresentou números para reforçar seu discurso. Lembrou que, no primeiro trimestre de 2021, os três maiores bancos privados do país (Santander, Itaú e Bradesco) tiveram R$ 16,9 bilhões em lucros. “Valores maiores que os de 2019 e 2020, mesmo diante de um cenário de caos econômico, social, em uma pandemia que vivemos e que mais de 400 mil brasileiros morreram vitimados por essa doença”, disse.
Nogueira relacionou a situação ainda com o que acontece com a produção de grãos no país. Ele lembrou que, no final do ano passado, o Brasil teve que importar 200 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos, Índia e Guiana, quando o país é o terceiro maior produtor de grãos do mundo e o segundo exportador, com possibilidade de se tornar o maior daqui a cinco anos.
“São coisas que nós não entendemos. Às vezes nós ufanamos pela pujança da nossa economia, do nosso agronegócio e nunca nos perguntamos quais as funções sociais que têm esses setores para diminuir as desigualdades sociais do país. Não somos contra os lucros, acho até que para mantermos a economia viva, é necessário lucro”, pontua, destacando que estudos recentes apontaram que se a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disponibilizassem, pelo menos onze dias dos lucros, eles poderiam adquirir 500 milhões de vacinas.