Irmã e prima de estudante de medicina, de 3 e 15 anos, prestam depoimento sobre denúncias de abuso em Teresina
Duas meninas prestaram depoimento na Delegacia de Proteção aos Direitos da Criança e do Adolescente (DPCA), na segunda-feira (27), em Teresina. Uma tia das meninas contou ao g1 que as sobrinhas relataram terem sofrido abusos praticados pelo estudante de medicina de 22 anos investigado por suspeita de estupro de vulnerável contra pelo menos sete crianças.
O jovem é irmão de uma das vítimas, de 3 anos, e primo de criação da outra, de 15 anos. Os casos foram descobertos após a tia das meninas descobrir que a própria filha havia sido abusada e a menina, hoje com 12 anos, afirmar que o ato foi cometido pelo estudante.
A mulher contou que o comportamento da filha dava indícios de que ela havia sofrido abuso e, após ser questionada, a menina disse que uma prima sabia o que havia acontecido.
“Perguntei para minha sobrinha e ela disse que ele havia estuprado ela e minha filha. Começamos a investigar e descobrimos que ele abusou de pelo menos cinco outras crianças”, afirmou a mãe da menina, que procurou a polícia e denunciou o estudante.
Os abusos
Uma das vítimas contou que o primeiro abuso aconteceu quando ela tinha cinco anos e o suspeito 15. “Foi em uma viagem em família, que ele se trancou com ela no quarto do hotel. Ele continuou abusando dela por mais cinco anos”, disse a mãe da vítima.
Segundo a denúncia, a vítima foi abusada até os 10 anos e os atos pararam há cerca de dois anos, quando o rapaz se mudou para a Manaus, onde cursa medicina em uma faculdade particular. Revoltada, a mãe decidiu denunciar os crimes nas redes sociais.
“Não consegui me conter, disse: ‘a gente tem que fazer alguma coisa, ele está vivendo a vida dele normal’. Ele estava indo para a faculdade, sem sofrer nenhuma penalização. As pessoas também precisavam saber quem ele é, que ele é um monstro que roubou a inocência de várias crianças”, declarou.
Jovem pede perdão
A família das vítimas divulgou um print de uma conversa com o suspeito no WhatsApp onde ele pede perdão à família.
“[Vítima] disse que desde a viagem do Uruguai que você mexe com ela. Muito triste, ela só tinha 5 anos de idade. Ela hoje em dia cheia de problemas, depressão, etc, tomando remédios fortíssimos, em grande parte devido a isso. Lamentável”, escreveu a madrasta dele.
Em seguida, o estudante respondeu: “Essa foi uma parte escura da minha vida que me envergonha muito e que eu nunca queria voltar. Não existe nada que justifique o que aconteceu, nada que me exima. Só posso pedir perdão para você e para toda a família que sempre me acolheu muito bem”.
O estudante também colocou uma mensagem numa rede social, dizendo que não está foragido. G1-PI