Justiça do Piauí adia julgamento de irmão de advogada Izadora Mourão, morta a facadas em Pedro II

A onda de casos de Covid-19 e gripe que acometeu os servidores do Tribunal de Justiça do Piauí fez o juiz Diego Ricardo Melo adiar o julgamento de João Paulo Mourão, indiciado pelo assassinato da advogada Izadora Santos Mourão. João Paulo Santos Mourão é irmão da advogada. Além dele, a mãe, Maria Nerci, foram indiciados pela morte da advogada, configurado como feminicídio.

O sorteio dos jurados para compor o corpo de júri do tribunal que julgaria o caso foi marcado para o dia 27 de janeiro, e foi adiado para o dia 22 de fevereiro. O júri havia sido marcado para o dia 15 de fevereiro, e foi remarcado para 16 de março, às 7h. “Datas mais céleres possíveis”, escreveu o magistrado.

No último sábado (22), o Tribunal de Justiça do Piauí anunciou que suspenderia as atividades presenciais entre os dias 24 e 30 de janeiro deste ano. A medida foi determinada pelo presidente do tribunal, o desembargador José Ribamar Oliveira, através da portaria nº 212/2022 publicada na sexta-feira (21).

Para a determinação desta medida, o magistrado considerou a alta no número casos de Covid-19 e de gripe observada nas últimas semanas, o que resultou no aumento de afastamento de magistrados e servidores de suas atividades.

Polícia indiciou mãe e irmão pelo crime

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito sobre o caso 20 dias após a morte de Izadora.

Segundo o coordenador do DHPP, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, a mãe ao encontrar a filha machucada no quarto ligou para a empregada doméstica da casa pedindo para que ela dissesse que uma mulher havia entrado na residência e que João Paulo estava dormindo. A polícia, entretanto, não deu detalhes sobre como teria sido esse contato da mãe com a empregada.

No inquérito policial, João Paulo Mourão, irmão de Izadora, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, método que impossibilitou a defesa da vítima e por feminicídio.

Já a mãe de Izadora, Maria Nerci, foi indiciada como coautora do crime. Ela deve responder ainda por fraude processual, de acordo com o coordenador do DHPP.

Ainda de acordo com o delegado Barêtta, a Comarca de Pedro II decretou sigilo sobre as investigações. A medida foi tomada por conta da grande repercussão do caso, e visa evitar boatos e erros que possam atrapalhar o curso do processo.

“O crime foi elucidado, e com a motivação, e tudo isso foi apresentado à Justiça, que vai analisar. Nunca vamos a um local de crime preocupado com o nome do autor, mas com as circunstâncias em que aquele crime ocorreu. Porque no curso da investigação, quando se chega ao criminoso, já temos a certeza e as provas para incriminá-lo”, declarou Barêtta.   G1-PI

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *