10 coisas que os humanos fazem e os cães odeiam
É o caso dos banhos, que, normalmente, os cachorros já não aprovam muito. Se forem feitos em demasia, então, eles gostam menos ainda.
De acordo com especialistas, a frequência da limpeza pode ser a cada 15 dias. Mas, se o cão frequenta o ambiente interno da casa e sobe em sofás e camas, por exemplo, esse intervalo pode diminuir para uma semana.
2. Secadores de cabelo
Já que o assunto é banho de cachorro, vale salientar outro ponto de desconforto para os amigos peludos: os secadores de cabelo. Ainda que necessário para secar corretamente o animal, o barulho e a temperatura do dispositivo, quando aplicado de forma errada, podem ser bastante desagradáveis ao animal.
O ideal é que tanto o banho quanto a secagem sejam feitos por profissionais especialistas, que usarão os materiais mais indicados para garantir o mínimo desconforto ao bicho.
3. Perfumes
Passo final da limpeza padrão dos pets, a utilização de perfumes também entra na lista do que os cachorros detestam.
“Os cães normalmente não gostam desse odor agradável para nós. Além de ser muito mais sensível, o cachorro tem outros interesses, pensando em odores. Então os nossos perfumes normalmente não são legais para eles”, explica Daniel.
4. Privação da percepção do ambiente
Ainda na temática do olfato, é de senso comum que os cães utilizam esse sentido de forma primária para perceber o mundo. Nesse sentido, privá-los de cheirar objetos é algo que eles não gostam.
“Se tem alguma coisa que eles não suportam é quando ele está passeando e sentindo um cheiro — ou seja, o nosso equivalente de captar imagens de um lugar e detalhes — e nós o puxamos ou não o deixamos cheirar aquela superfície, local ou até mesmo fezes”, diz Juliana.
É importante deixar o cão explorar as suas necessidades naturais, como cheirar o ambiente para percebê-lo e entendê-lo — Foto: Unsplash/ dbeausoleil/ CreativeCommons
Ela explica que, embora os seres humanos tenham o costume de sentir nojo de fezes, não é assim que os cães encaram a situação.
“O cachorro usa o olfato para se sentir seguro, para se localizar e reconhecer o ambiente. Então não deixá-lo cheirar sempre é algo que ele não gostará”, acrescenta a médica-veterinária.
Isso se estende às pessoas: muitas vezes, o animal cheira alguém porque quer reunir informações sobre ela, e o faz através do olfato.
“A nossa espécie é muito mais visual, então nós não consideramos esse aspecto do olfato. Mas respeitar isso e dar o espaço para o cachorro realmente cheirar as coisas é muito importante”, orienta Juliana.
5. Deixá-los sozinhos
Por serem gregários e sociais, os cães demandam a companhia de humanos ou outros bichos, e ficar sozinhos pode fazê-los mal — Foto: Unsplash/ kellysikkema/ CreativeCommons
Por ser uma espécie gregária e social, o cachorro tem, em sua natureza, a necessidade de interagir com outros. Assim, deixá-lo sozinho por muito tempo não faz parte de uma situação prazerosa.
“Nem todo o cachorro desenvolverá um problema comportamental, mas a maioria não gosta e não fica feliz em estar sozinho. Então, diminuir esse tempo só, sem humanos, é bastante recomendável”, diz a médica-veterinária.
Nem sempre é possível reservar longas horas do dia para ficar ao lado do cão em casa, principalmente para quem trabalha fora. Assim, vale treiná-lo para criar uma maior independência e fazê-lo entender que, embora demore um pouco, o seu tutor sempre volta.
Segundo Daniel, ao ficar sozinho, o cão se sente desprotegido instintivamente. “Precisamos acostumar o cachorro a ser independente numa vida em sociedade, em que as pessoas saem de casa para trabalhar.”
6. Contato físico excessivo
Os médicos-veterinários também concordam que contatos físicos sem parcimônia também são bastante incômodos para os cães.
“Cumprimentar um cachorro que você não conhece chegando de frente, olhando no olho e beijando, com certeza, não é agradável. Ele chega de um jeito diferente, principalmente se não conhece a pessoa: primeiro cheira, e não vem com contato direto”, diz Daniel.
O contato físico excessivo (como beijos e abraços, por exemplo) não faz parte do repertório natural de comunicação dos cachorros — Foto: Unsplash/ Sasha Sashina/ Creative Commons
“Depois que eles desenvolvem um relacionamento com o tutor, eventualmente os abraços e beijos se tornam parte de uma interação que eles gostam, mas naturalmente não faria parte do repertório de comunicação deles”, completa.
Juliana chama atenção para o comportamento que, quando não aceito, pode resultar em agressividade:
“Não é natural no comportamento canino e, muitas vezes, o contato excessivo deixa o cão desconfortável. Isso pode terminar, inclusive, em agressão. Por isso, é importante tocar o cachorro apenas quando ele pede esse toque”.
Ela orienta também nunca tocá-lo, abraçá-lo ou beijá-lo quando o animal estiver dormindo, pois isso pode assustá-lo.
7. Brigas e punições
Assim como nós, os cães também detestam brigas. Gritar com o animal e decidir puni-lo por um comportamento não aceito, por exemplo, o frustra e o deixa confuso, sem entender o que está acontecendo.
“Fazemos isso em cenários que consideramos inadequados, mas que, na visão canina do mundo, não são. Urinar fora do lugar, por exemplo, é normal para um cachorro — na natureza, ele faria isso em vários espaços, e não só no tapetinho ou em um ponto específico”, explica Juliana.
Segundo ela, ao brigar com o pet, o tutor prejudica o seu bem-estar, o frustra e diminui a confiança na relação.
“O caminho não é brigar e punir — é entender o que está acontecendo e tentar antecipar aquele comportamento, ensinando pelo reforco positivo.”
8. Roupas, enfeites e fantasias
Outra coisa que os cachorros odeiam é quando o tutor veste neles roupas, o que também é um comportamento de antropomorfização.
“Enfeites, fantasias ou mesmo a utilização de roupinha sem necessidade podem incomodar. Mas é claro que, se o cão está paradinho em um dia mais frio, colocar uma roupinha ou cobertinha pode esquentá-lo”, comenta Daniel.
Assim, vale o bom senso: nessa situação realmente precisa vesti-lo? Vale a pena, sabendo que o cachorro se incomoda? Se a resposta for não, então evite seguir com a ideia.
9. Privá-lo de escolhas
Tentar dar uma vida extremamente metódica para o animal pode ser bastante negativo, porque o priva de fazer escolhas.
“Ele deve poder escolher se vai dormir na cama um dia ou não; fazer o passeio por um lado da rua em um dia e, no outro, pelo outro lado. Ao não permitir essas escolhas, os cachorros não vão gostar porque se sentirão frustrados”, diz Juliana.
Há situações em que o tutor realmente deve dar a voz de comando. Mas, em casos mais simples, que não demandam esse tipo de definição, é importante deixar o cachorro escolher por si só.
10. Falta de limites
É importante estabelecer limites na educação do bicho para evitar que ele aja de maneira desequilibrada e acabe se estressando — Foto: Unsplash/ Angelo CARNIATO/ Creative Commons
Segundo Daniel, é comum que os cachorros precisem de “contornos” na vida — e a falta deles pode levar a uma situação de estresse.
“Há cães que são muito ansiosos e medrosos, e acabam tomando iniciativas para proteger o tutor ou a casa. Quando os responsáveis fazem tudo o que os cachorros querem, eles não têm competência emocional para agir de maneira equilibrada e acabam ficando estressados”, explica.
Assim, a falta de limite para determinados cachorros pode ser um problema: é algo que eles não gostam inconscientemente, mas que pode gerar situações desagradáveis.