Considerada patrimônio material e cultural, rede de dormir segue tradição passada por gerações em Pedro II, no Piauí
A tradição da confecção da rede de dormir, considerada patrimônio material e cultural de Pedro II, é passada por gerações na cidade. Na feira, muitas tecelãs se reúnem para vender o utensílio que leva cerca de 15 dias para ficar pronto.
Na comunidade Serra dos Matões, a tecelã Maria Soledade de Oliveira durante 40 anos tira o sustento da família da produção de rede. Ela aprendeu a confeccionar o utensílio aos 15 anos com a mãe e as tias.
“Tenho quatro filhos, duas sabem fazer rede e a outra varanda [parte de decoração da rede]. Isso aqui sempre foi a convivência nossa, foi com o que criei os meus filhos e se hoje temos alguma coisa foi através dela também”, declarou.
Na comunidade São João, ainda em Pedro II, a tecelã Maria Valdeci Barroso, de 60 anos, contou ter aprendido a confeccionar rede com 12 anos para ajudar a mãe. Ela lembrou que antigamente até os punhos da rede eram produzidos manualmente.
Já a tecelã Maria Zenaide da Conceição disse que aos 10 anos usava uma gameleira (bacia grande) para subir e alcançar o tear para produzir a rede. Ela aprendeu a arte apenas olhando a mãe fazendo.
Aos 7 anos, a tecelã Maria Silvana de Almeida começou a produzir a rede. Ela lembrou que usava o sapato de salto da tia para alcançar o tear.
“Minha irmã e eu fazíamos juntas para ajudar a minha mãe. Quando era dia de feira, ela tirava a rede 6h para vender. Foi difícil, mas a gente agradece porque não deixamos se perder a tradição”, declarou. G1-PI