Após casos de funcionários com Covid-19 e protesto, empresa paralisa obras de linhas de transmissão em cidades da Bahia e Piauí

As obras de linhas de transmissão do consórcio Linhão BA-PI, realizadas nos municípios de Buritirama (BA), Campo Alegre de Lourdes (BA), Pilão Arcado (BA), Dirceu Arcoverde (PI), Dom Inocêncio (PI) e Lagoa do Barro (PI), foram paralisadas temporariamente a partir desta sexta-feira (29). A suspensão foi anunciada pela Andrade Gutierrez, à frente do consórcio, e terá, inicialmente, duração de 15 dias, com desmobilização dos funcionários por 30 dias.

A decisão foi tomada depois que 34 profissionais que atuavam no distrito de Nova Holanda, em Pilão Arcado, foram diagnosticados com Covid-19. A empresa tentou isolar os trabalhadores em um hotel alugado na cidade de São Raimundo Nonato, no Piauí; no entanto, a Polícia Militar barrou a entrada dos funcionários infectados e fez a escolta do grupo de volta ao território baiano.

Diante disso, alguns profissionais do consórcio foram transferidos para isolamento em outras cidades. Por conta disso, moradores de Campo Alegre de Lourdes tentaram impedir que os trabalhadores tivessem acesso ao alojamento da empresa. A situação foi normalizada após negociação.

Em nota, a Andrade Gutierrez informou que a paralisação aconteceu “diante da preocupação popular demonstrada em regiões contempladas pelas obras de linhas de transmissão”. A empresa acrescenta que a medida “também foi tomada visando a integridade física dos colaboradores, uma vez que populares usaram de violência nos últimos protestos, inclusive com uso de armas”. O consórcio garante que tem aprovação das autoridades de saúde para funcionamento e também respaldo legal.

Em trecho do comunicado, a empresa explica que todos os trabalhadores que testaram “negativo para a doença serão acompanhados pelo consórcio para suas cidades de origem e estão sendo orientados a cumprirem isolamento em suas residências, de forma preventiva”. Já os funcionários que apresentaram diagnóstico positivo para a Covid-19 vão seguir cumprindo quarentena nos alojamentos do consórcio, informou a empresa.

A Andrade Gutierrez garante que “o isolamento não coloca em risco a população local, uma vez que as instalações têm amplo espaço e todos os cuidados estão sendo adotados”.

Confira a nota completa divulgada pela Andrade Gutierrez:

“Diante da preocupação popular demonstrada em regiões contempladas pelas obras de linhas de transmissão do consórcio Linhão BA-PI, a Andrade Gutierrez e o consórcio responsável receberam autorização do Grupo Equatorial (cliente do projeto) para paralisar as atividades temporariamente a partir de hoje (29). Apesar de o empreendimento ter aprovação das autoridades de saúde para funcionamento e também respaldo legal, a construtora e o consórcio vêm conversando com as respectivas prefeituras e com o cliente ao longo da semana. A paralisação das atividades ocorrerá nos canteiros das cidades de Buritirama (BA), Campo Alegre de Lourdes (BA), Pilão Arcado (BA), Dirceu Arcoverde (PI), Dom Inocêncio (PI) e Lagoa do Barro (PI).

Inicialmente, a paralisação será de 15 dias, a contar da data de hoje, com desmobilização dos funcionários por 30 dias. Todos os que testaram negativo para a doença serão acompanhados pelo consórcio para suas cidades de origem e estão sendo orientados a cumprirem isolamento em suas residências, de forma preventiva. Já os funcionários que apresentaram diagnóstico positivo para a Covid-19 vão seguir cumprindo quarentena com atenção médica nos alojamentos do consórcio. A construtora e o consórcio ressaltam que o isolamento não coloca em risco a população local, uma vez que as instalações têm amplo espaço e todos os cuidados estão sendo adotados.

Cabe destacar que as prefeituras se mostraram abertas a dialogar sobre a questão e explicaram seus anseios à construtora e ao consórcio. Além disso, a medida de paralisação também foi tomada visando a integridade física dos colaboradores, uma vez que populares usaram de violência nos últimos protestos, inclusive com uso de armas. A Andrade Gutierrez e o consórcio lamentam a postura violenta de populares que em nada contribui para a resolução de um problema de saúde pública e lembram que seus funcionários são um extrato da sociedade, estão exercendo suas profissões e trabalhando pelo país, portanto merecem respeito e acolhimento de todos. Por fim, a empresa e o consórcio reforçam que suas obras seguem todos os padrões de higiene e segurança, com realização de triagem diária de saúde das equipes, adequação dos ambientes de trabalho e ampla comunicação preventiva”.

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