Apreensão de bebidas e cigarros nas rodovias federais bate recorde
O número de apreensões de cigarro e bebida nas rodovias federais do país em 2013 é o maior já registrado pela Polícia Rodoviária Federal. São 289 mil litros de bebidas irregulares e 6 milhões de pacotes de cigarro ilegais.
Os dados, obtidos pelo G1, serão apresentados pela corporação nesta segunda-feira (24), em Brasília.
O número de prisões também é recorde: 33.616 detidos durante todo o ano passado. Trata-se de um aumento de 26% em relação a 2012 (quando foram efetuadas 26.709 prisões).
Segundo o inspetor Moisés Dionísio, chefe da Divisão de Combate ao Crime da PRF, o cerco ao contrabando de cigarro foi feito após ser verificado que as quadrilhas de tráfico de drogas, armas e munições e de roubo de veículos começaram a migrar para o tipo de crime.
“O problema para quem combate é que a pena é branda. O criminoso é levado para a delegacia e é liberado. A gente já chegou a prender um mesmo contrabandista de cigarro 17 vezes em um ano”, diz.
O número de apreensões de cigarro em 2013 é 82% maior que o de 2012 (quando foram apreendidos 3,3 milhões de pacotes).
Para Dionísio, mesmo com o aperto na fiscalização, não há uma diminuição do ímpeto dos criminosos. “Se eles colocam na estrada quatro carretas e uma chega ao destino, já não perdem nada. Se conseguirem mais de uma, já compensa. É tão lucrativo quanto drogas como a cocaína. Mas, no segundo caso, o crime é muito mais grave. Além disso, própria população não considera crime comprar um cigarro contrabandeado.”
O inspetor da PRF diz que, devido ao “desvalor social”, o cigarro tem o alto poder de corromper agentes públicos e alerta para os danos à saúde, já que não há o mesmo cuidado na fabricação do produto.
Dionísio credita o aumento em parte das estatísticas também à qualificação dos servidores e à tecnologia que vem sendo utilizada no trabalho. Ele diz que a corporação conta com smartphones com banco de dados e que boa parte das prisões em 2013 se deu em razão de mandados de prisão em aberto.
Um dos índices que registraram a maior queda foi o de CDs e DVDs apreendidos: de 2,3 milhões de unidades, em 2012, para 914 mil, em 2013 (uma diminuição de 61%). Para o inspetor da PRF, isso se explica pelo fato de o mercado pirata no Brasil ser tão grande que já não há tanto interesse em contrabandear o produto de outros países. G1