Ausência de 27 deputados do Piauí em audiência sobre feminicídio gera revolta; veja quem não participou
A delegada Vilma Alves, uma das principais autoridades do estado no combate à violência contra a mulher, fez críticas às ausências e ao fato de que há pouca representação feminina na Assembleia Legislativa.A ausência de 27 deputados do Piauí em uma audiência sobre feminicídio, realizada na última sexta-feira (30), na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi), em Teresina, gerou revolta entre as deputadas e demais órgãos presentes. Veja a lista de presentes e ausentes abaixo.
Segunda a delegada Vilma Alves, uma das principais autoridades do estado no combate à violência contra a mulher, que se posicionou durante a audiência, o problema dessa ausência e da minoria feminina na Assembleia Legislativa é causado pelas escolhas feitas nas eleições.
“Ter poucas deputadas me deixa decepcionada. A culpa é nossa. Nós somos maioria de votantes, mas não valorizamos a mulher. Conquistamos nossos direitos, somos cidadãs, mas não somos respeitadas”, relatou a delegada.
Apenas três deputados compareceram ao encontro:
- Franzé silva (PT)
- Gracinha Mão Santa (PP)
- Elisângela moura (PCdoB)
Veja quem não participou e a justificativa apresentada o g1:
- Ana Paula (MDB): procurada, aguardando resposta
- B. Sá (PP): em agenda fora de Teresina
- Bárbara do Firmino (PP): procurada, aguardando resposta
- Dogim Félix (PP): procurado, aguardando resposta
- Dr. Felipe Sampaio (MDB): ausência justificada por problema de saúde
- Dr. Gil Carlos (PT): compromisso previamente estabelecido para o mesmo dia e horário da audiência na Assembleia Legislativa
- Dr. Hélio (MDB): em agenda no Norte do estado
- Dr. Marcus Vinícius Kalume (PT): procurado, aguardando resposta
- Dr. Vinicius (PT): cumprindo agenda previamente alinhada (lançamento do programa federal Mais Especialistas).
- Evaldo Gomes (Solidariedade): compromisso previamente agendado fora de Teresina
- Fábio Novo (PT): afastado por recomendação médica devido a uma cirurgia feita na semana passada
- Francisco Limma (PT): em agenda em Piracuruca, no Circuito de Feiras da Agricultura Familiar e Projetos de Vida do Território dos Cocais.
- Georgiano Neto (MDB): em agenda fora de Teresina
- Gessivaldo Isaías (Republicanos): procurado, aguardando resposta
- Gustavo Neiva (PP): procurado, aguardando resposta
- Hélio Isaías (PT): procurado, aguardando resposta
- Hélio Rodrigues (PT): em agenda fora de Teresina
- Henrique Pires (MDB): em reunião com o desembargador Lirton Nogueira Santos
- João Mádison (MDB): em agenda fora de Teresina
- Marden Menezes (PP): em agenda fora de Teresina
- Oliveira Neto (PT): em agenda fora de Teresina
- Rubens Vieira (PT): em agenda nas cidades de Caxingó, Bom Princípio e Luís Correia
- Severo Eulálio (MDB): em agenda fora de Teresina
- Tiago Vasconcelos (MDB): procurado, aguardando resposta
- Warton Lacerda (PT): em agenda fora de Teresina
- Wilson Brandão (PP): em agenda na cidade de Pedro II
- Ziza Carvalho (MDB): em agenda fora de Teresina
Em entrevista a Rede Clube, o defensor público, Marcus Vinicius Carvalho, explicou o que foi debatido na audiência. Segundo ele, foi discutido, entre outras coisas, a interiorização da Rede de Proteção a Mulher, que existe na capital, em Picos, São Raimundo Nonato e Floriano, mas falta implementar nos demais municípios piauienses.
“Um dos pontos mais importantes discutidos na audiência foi a importância da fusão das informações sobre o que são os diretos das mulheres, fazendo cumprir a Lei 14.164/2021, que institui a necessidade de ter nas escolares a discussão sobre o direito das mulheres e sobre o feminicídio”, ressaltou Marcus Vinicius.
O defensor público informou ainda que estiveram presentes na audiência os movimentos populares de mulheres, os órgãos da Rede de Proteção, a Defensoria Pública, do Ministério Público, a Coordenadora do Juizado de Especiais, representantes da Ordem do Advogados do Brasil e deputados.
Em relação ao índice de criminalidade, de 2022 para 2025, 182 mulheres foram mortas por companheiros ou ex-companheiros e os casos continuam crescendo. Em 2024, foram 56 feminicídios, representando um aumento de 32% em relação ao ano anterior. Neste amo, foram registrados, até o momento, 19 mortes de mulheres nesse contexto.
G1-PI