Ceará teria invadido 4 mil hectares do Piauí; problema atinge o município de São Miguel do Tapuio

Em discurso nesta terça-feira (29), o deputado estadual Antônio Uchôa (PROS/PI) denunciou a possível aquisição de terrenos em área do Piauí por parte do Governo do Ceará. O parlamentar apresentou requerimento para que o Ministério Público Federal entre no caso, que envolve área de litígio entre os dois estados.

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Uchôa declarou que um morador da comunidade Cabeceiras, de São Miguel do Tapuio (PI), ao discutir a falta de água na região, apontou que um reservatório não pode ser construído porque a área em questão pertenceria ao Ceará. O terreno teria sido comprado por uma pessoa chamada “Idace” para a criação de um assentamento.

O deputado pesquisou e apontou que Idace na verdade é a sigla do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará. Uchôa garante que as terras, cerca de 4 mil hectares, são do Piauí.

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“Ninguém pode mais confiar no Governo do Ceará. As terras invadidas ficam longe do marco divisor entre os dois Estados. Eles invadiam na área de litígio e agora estão entrando em áreas que são território piauiense”, declarou o deputado, que já levou o caso ao procurador Kelston Lages. Foi cogitado pelo parlamentar o pedido de tropas federais para garantir a divisão da área corretamente.

Ricardo Durval, superintendente do Idace, teria declarado que pediu a sua equipe para averiguar a situação. No entanto, o gestor cearense explica que o Instituto não faz a aquisição de terras para assentamentos, mas apenas a medição da área e avaliação do imóvel para que a Secretaria de Desenvolvimento Agrário faça a compra.

Além disso, Duarte afirma que a aquisição de terras pelo crédito fundiário só pode ser feita com a regularização de uma associação que queira comprar e um terreno já disponível para venda.

O superintendente suspeita que o caso diga respeito a uma regularização fundiária no município de Poranga (CE), limítrofe com o Piauí na região litigiosa. Segundo Ricardo Duarte, o processo aconteceu com base em dasos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É o que nós tínhamos disponível. E tivemos, inclusive, o cuidado de perguntar se a área era do Piauí ou do Ceará, respeitando a cidadania”, explicou. Gestores dos dois estados teriam acompanhado todo o processo.

Sem acordo, o secular litígio na divisa entre Piauí e Ceará ainda aguarda por definição no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com informações: Tapuio Notícias

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