Confira Aqui: Governador fala dos desafios e frustrações de governar o Piauí
No sábado (19) Dia do Piauí, o governador Wilson Martins concedeu entrevista a TV Cidade Verde e fez revelações sobre o governo. O gestor comemorou avanços, mas foi incisivo ao reclamar da burocracia que emperra ações do poder público. A entrevista foi concedida na residência oficial. Além de falar sobre obras e conquistas, o governador falou de perspectivas para o Estado. Mas se queixou dos empecilhos para se chegar aos bons resultados.
“Você tem muitas amarras que atrapalham a gestão pública. Às vezes eu digo que estou andando a 130km/h e tenho um auxiliar que anda a 40km/h. Tenho um projeto e um programa que eu ando com ele até quando posso a 140km/h, e o resto todo conspira contra aquele projeto, andando a 30km/h”, declarou. Perguntado no final da entrevista sobre o que ele não conseguiu fazer em seu governo, Wilson Martins retomou a discussão. “Acabar com a burocracia do poder público”.
O governador destacou como fator positivo a organização do controle das 640 metas hoje ativas em um sistema informatizado, restrito aos gestores. Com isso, segundo o gestor, foi possível organizar as finanças e incluir um milhão de pessoas nos últimos anos. Além disso, os investimentos de R$ 211 milhões subiram 152% no ano seguinte. Outro assunto destacado pelo governador foi a implantação do regime de tempo integral como fundamental para o desenvolvimento da educação no Piauí. Além disso, aponta a ampliação do programa Mais Educação, que traz aulas de reforço diárias para alunos em dificuldade. Médico e ex-sindicalista da área, o governador admitiu as dificuldades de se implantar uma carreira e reconheceu que gestores anteriores não conseguiram o fazer por ser quase impossível. No entanto, Wilson Martins comemorou a implantação do plano de carreira dos médicos e também dos demais profissionais de saúde.
O governador também abordou o problema da municipalização da saúde. O Estado irá repassar R$ 40 milhões para as prefeituras até o fim do ano em cofinanciamento da área. O Samu Aéreo e a aquisição de 240 ambulâncias foram outros pontos positivos destacados. Wilson Martins lembrou da contratação de 800 policiais militares e lamentou que 200 já tenham pedido demissão por terem sido aprovados para outros empregos. “Nós estamos abrindo agora um novo concurso não só para soldados, mas também para oficiais”, revelou.
O governador ainda destacou que não é possível fazer segurança pública sem muito dinheiro. Por isso, o Estado tem buscado investir em equipamentos e tecnologia, além da implantação do programa de policiamento comunitário Ronda Cidadão. Martins lembrou que sua meta para quatro anos era construir quatro mil moradias no Piauí. Em dois anos de gestão, já foram 40 mil, em parceria também com o Governo Federal. “Confesso que é uma meta com a qual nós estamos bastante satisfeitos”.
Como exemplo de infraestrutura no Piauí, Wilson Martins destacou a inauguração do primeiro trecho da BR-235, cortando o coerrado, entre Santa Filomena e Gilbués. Os primeiros 120 quilômetros ficam prontos até o fim do ano. A empolgação com as obras fez o governador revelar que defensores ferrenhos da criação do Estado do Gurgueia, como o prefeito de Corrente Jesualdo Cavalcante e o deputado estadual Gustavo Neiva, podem ter desistido da ideia. Martins afirmou ter ouvido depoimentos dos mesmos dizendo que “agora não há nenhuma razão mais para a gente reclamar para a criação do Gurgueia, porque toda a infraestrutura que estava faltando o governo do Piauí está fazendo”.
Nas obras que vão desafogar o trânsito, o governador apontou obras não só em Teresina, mas nas cidades de médio porte do interior. Além de citar os projetos de ampliação do metrô e a construção de novas pontes, Wilson Martins revelou que está próxima a conclusão do projeto de um rodoanel oeste, ligando a BR-316 com a avenida Henry Wall de Carvalho, desafogando o trânsito de quem vai para o Maranhão.
Ao invés das obras e ações físicas do governo, Martins frisou que a autoestima foi o mais importante para o Piauí enfrentar a maior estiagem dos últimos 50 anos. Para o governador, a primeira preocupação foi levar a mensagem de que não é preciso desanimar. “Ninguém morreu de fome, não houve flagelo, não houve saques a nenhum comércio por conta da seca. (…) Nós estamos atendendo a população dentro daquilo que é sua necessidade mais emergente e não tenho dúvida que de alguma forma nós vamos ter ganhos significativos com a diversidade da seca que nos abateu”.
Uma “bíblia”, uma “cartilha”. Wilson Martins promete deixar para seu sucessor, além do equilíbrio das contas, um programa de desenvolvimento econômico sustentável para os próximos 40 anos. Wilson Martins também se diz satisfeito com o mandato, por considerar que conseguiu “ser um governador que se preocupou em fazer o bem as pessoas”.
Por fim, o governador deixa um recado para os que não acreditam no Piauí. “Eu diria que eles têm que repensar o sentimento, porque aí não vale só a intuição. Valem os fatos e os argumentos. O Piauí é um estado que deixou de olhar para trás. Ele está olhando agora pra frente, ele tem um presente absolutamente promissor e tem um futuro que poucos estados do Brasil têm”.
Fonte: cidadeverde.com