Em um dia, presídio de Esperantina registra um morto e tentativa de fuga
Agentes localizaram túnel de fuga durante inspeção (Foto: Sinpoljuspi/Divulgação)
Um detento foi assassinado e uma tentativa de fuga foi abortada nesta quinta-feira (25) na Penitenciária Regional Luiz Gonzaga Rebelo, na cidade de Esperantina, a 171 km ao Norte de Teresina. De acordo com o diretor administrativo do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), os dois eventos ocorreram em horários diferentes, e um princípio de tumulto também foi relatado pelos agentes em plantão no feriado natalino.
O detento identificado como João Francisco de Sousa, de 18 anos, foi assassinado por seu companheiro de cela, Rafael Tito de Araújo, de 19 anos, que responde por tráfico de drogas. A vítima foi atacada enquanto dormia após o almoço, por volta das 13h. Rafael teria usado o cabo de um utensílio de limpeza para desferir os golpes que causaram o óbito praticamente imediato de João Francisco. Segundo Kleiton Holanda, a motivação para o crime ainda é desconhecida.
“O homicida usou o cabo de um rodo para matar o companheiro de cela. Ele quebrou a estrutura do cabo em três partes e utilizou-as para perfurar o pescoço de João Francisco enquanto ele dormia. Quando os agentes chegaram ele estava quase sem vida, e não tiveram ao menos tempo de encaminhá-lo a um hospital. Rafael Tito assumiu a autoria do assassinato, mas não declarou o motivo que o levou a isso”, relata.
Mais cedo, por volta das 8h, os agentes da penitenciária localizaram um túnel que seria utilizado para uma fuga no horário do banho de sol dos detentos. O buraco foi encontrado próximo à muralha de contenção do pavilhão D.
“Um túnel com cerca de dois metros de comprimento foi encontrado perto da muralha do pavilhão D. Os agentes observaram uma água da cor de barro que transbordava das celas e desconfiaram que um buraco estivesse sendo cavado. Se a ação não tivesse sido abortada, os detentos poderiam ter fugido no horário do banho de sol”, conta.
Segundo Kleiton, um princípio de tumulto teve de ser controlado pelos agentes, pois os detentos revoltaram-se por terem o acesso ao pátio interrompido enquanto os peritos faziam a análise técnica e o buraco era preenchido. De acordo com informações do Sinpoljuspi, a penitenciária de Esperantina funciona hoje com apenas um militar fazendo o acompanhamento em uma guarita, e cinco agentes penitenciários por plantão. A unidade prisional abriga 259 detentos, enquanto sua capacidade é para 140. Ainda de acordo com Kleiton, esta foi a 5ª tentativa de fuga relatada no presídio em 2014. G1-PI