Empregada que processa Neymar detalha rotina na casa e demissão durante gestação
A ex-empregada doméstica de Neymar, que vem processando o jogador por exploração no trabalho, detalhou como foi demitida pela equipe do atacante. Em entrevista para a Record, neste domingo, 19, a mulher, que não teve sua identidade revelada, explica que foi mandada embora após um dia comum de trabalho. Na época, ela estava grávida de seu quarto filho, que nasceu prematuro.
“A secretária me chamou e falou assim: ‘Aqui está seu pagamento, não precisa vir mais, resolva sua vida pessoal (a minha gestação)’. Eles mandaram eu buscar o meu dinheiro com o segurança da entrada principal. Fiquei sem apoio nenhum. Nisso, tive até minha luz cortada por uma semana”, falou a ex-funcionária de Neymar.
Ainda na entrevista, a mulher também detalha o dia a dia de como era o trabalho, inclusive sendo responsável por fazer as unhas de Carol Dantas e Bruna Biancardi. Cada uma delas tem um filho junto com Neymar.
“Eu era responsável pela limpeza, por fazer cama… tudo relacionado à limpeza dentro da casa. A pedido deles, enquanto a casa estava ali funcionando, eu tinha que estar auxiliando quem estava precisando. Precisava estar limpando. Já fiz a unha da mãe do filho dele (Carol Dantas): quando ela vinha da Espanha, fazia as unhas dela. Uma vez, eu estava limpando a academia e me pediram para parar e fazer a unha da Bruna (Biancardi). Eu parei, fiz e voltei aos meus afazeres”, falou a ex-empregada.
Entenda a acusação envolvendo Neymar
A empregada, de nome não revelado, começou a trabalhar para Neymar na festa de 27 anos do jogador, em 2019 , quando atuou como ajudante de cozinha. Ela acabou recrutada por outros funcionários do atacante e começou a trabalhar para o atleta fixamente, em maio de 2020.
A ex-funcionária acusa Neymar por não pagar as horas extras remuneradas. Além disso, revelou que precisou trabalhar até 15 dias antes do nascimento prematuro de seu quarto filho e sem acompanhamento médico.
De acordo com o jornal francês, a ex-funcionária anotava suas horas extras em um caderno, já que não possuía um contrato de trabalho. Ela recebia 15 euros (R$ 79 na cotação atual) por hora e trabalhava quase 70h semanais, sem direito a um único dia de folga. A ex-empregada relata também que era responsável por todos os afazeres, inclusive, cortar as unhas dos companheiros do atacante.
“Eles me perguntavam (sobre ficar mais tempo na casa) e eu aceitava porque eu preciso — e precisava. Ser mãe solo com quatro filhos não é brincadeira. Em final de semana, eu trabalhava durante a noite. Como tinha que voltar no outro dia cedo, eu dormia lá. Só que nunca fui paga com adicional noturno. Eu fazia as minhas horas do jeito que pediam, mas eu não sabia disso”, completou a ex-funcionária do atacante.
Por não ter um contrato de trabalho, a ex-empregada de Neymar recebia o pagamento em dinheiro vivo, para evitar declará-la funcionária para o sistema fiscal local. Além disso, ela não tinha visto de trabalho para permanecer na França. O jornal francês diz que ela ainda buscou um acordo amigável, mas sem sucesso.