Filho faz empréstimos no nome da mãe, deixa prejuízo de R$ 80 mil e foge do estado ao ser descoberto; veja como denunciar
Segundo a defensora pública Sara Melo, titular da 1ª Defensoria Pública do Idoso, o filho da idosa era seu representante legal e tinha procuração para atuar em nome da mãe. Ela sequer tinha acesso aos extratos de sua conta bancária, pois confiava tudo ao filho.
“O benefício de aposentadoria começou a vir com um valor menor, ela perguntava ao filho e ele não se explicava. Até que um dia, desconfiada, a idosa chamou a outra filha e elas descobriram, na agência bancária, os empréstimos consignados que tinham sido feitos no nome dela”, conta a defensora ao g1.
A idosa buscou ajuda depois que o filho parou de atendê-la e foi embora para o Pará. A vítima de violência patrimonial não podia bloquear ou excluir os descontos porque o homem tinha autorização legal para atuar no nome dela.
De acordo com Sara Melo, a Defensoria Pública solicitou uma indenização por danos materiais e morais, ainda que haja uma certa “dificuldade” para encontrar o homem no Pará. A ação está em andamento na Justiça.
Alguns dos principais fatores que impedem o idoso de denunciar situações de violência são a falta de familiaridade com meios eletrônicos (celular e computador) e a dificuldade de locomoção, no caso de denúncias presenciais.
Para a delegada Daniela Barros, da Delegacia de Segurança e Proteção ao Idoso (DSPI), os problemas enfrentados pelas pessoas idosas devem levar a população a ajudá-los a saírem dos contextos violentos em que estão inseridas.
“Muitas vezes o idoso está acamado, não tem mobilidade nenhuma, ou então apresenta alguma doença em estado avançado. Sofre com a falta de assistência, de cuidado, o abandono material. Vive em ambiente insalubre, sem higiene adequada. Por isso a denúncia feita por terceiros é importante”, ressalta a delegada.
Estelionato e ameaça são crimes comuns
Até junho deste ano, um total de 879 boletins de ocorrência envolvendo crimes contra idosos foram registrados na Polícia Civil do Piauí (PCPI). Em 2023, a DSPI contabilizou 1496 casos. Confira canais de denúncia ao fim da matéria.
Crimes contra idosos no Piauí até junho de 2024
Crimes | Boletins de ocorrência |
Estelionato | 179 |
Ameaça | 151 |
Injúria | 127 |
Furto | 32 |
Como denunciar casos de violência contra idosos?
- Polícia Militar: telefone 190;
- Boletim de ocorrência virtual: o registro da violência pode ser feito na Delegacia Virtual, no site da Polícia Civil do Piauí;
- Disque Direitos Humanos: telefone 100. O comunicado é registrado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que o envia para os órgãos competentes na cidade e no estado onde o crime aconteceu;
- Delegacia de Segurança e Proteção ao Idoso: Rua Governador Raimundo Artur de Vasconcelos, 955, bairro Marquês (de segunda a sexta, das 9h às 14h);
- Núcleo Especializado de Proteção ao Idoso (Defensoria Pública): Avenida João XXIII, 853, bairro Jóquei (de segunda a sexta, das 8h às 14h);
- Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa (OAB-PI): Rua Governador Tibério Nunes, s/n, bairro Cabral (de segunda a sexta, das 8h às 14h). G1-PI