‘Intriga da oposição’, diz prefeito que teria ‘mordido’ a orelha de professor

O prefeito do município de Boa Hora, Zé Resende (PT) foi acusado pelo professor de educação física Paulo José de agressão em um evento da cidade na última sexta-feira (18/12). O caso ganhou repercussão em todo estado e segundo o professor, o gestor teria mordido sua orelha.

Um Boletim de Ocorrência foi registrado e um exame de corpo de delito comprovou a lesão.

Mas o petista nega veementemente a acusação.

O 180 esteve no município de Boa Hora e conversou tanto com o prefeito com o professor, que trocam farpas e dividem a opinião da população. O prefeito recebeu a reportagem na sua residência e falou que a acusações são fruto e intriga da oposição. Os gestor também fez sérias acusações contra o Paulo José, que segundo ele havia sido preso pela Polícia Federa por ter assaltado os Correios.

O fato acontece em meio a uma série crise enfrentada pelo município, onde os salários dos servidores estão atrasados e a prefeitura planeja demissões para conter gastos e os mais prejudicados serão os professores. O prefeito está empenhado em realizar nos próximos dias mais um festival de Reisado, festa tradicional da cidade.

Confira a entrevista concedida pelo prefeito Zé Resende à reportagem do 180:

Prefeito, o que o senhor tem a dizer sobre a denúncia?
Não procede. Eu estava numa colação de grau do município, havia acabado de chegar de Teresina, de um movimento do meu partido, o PT, o ‘Fica Dilma, Fora Cunha’, na Praça Pedro II e resolvendo assuntos do município. Cheguei 21h e fui para mesa de honra, como prefeito, tenho que honrar este cargo que o povo me deu.

Como foi eu contato com o professor neste evento?
Depois de 0h, esse professor, que tem um passado muito cheio de provocações, ele assaltou os Correios, era funcionário dos correios, e chegou a ser preso pela Polícia Federal. A história dele aqui, o caráter dele aqui, e as pessoas podem dizer quem ele é. Depois de 0h
ele veio na mesa de honra, onde eu estava sentado com alguns amigos, e ele veio pegar na minha mão. Peguei na mão dele, ele estava muito embriagado, altamente alcoolizado. Ele foi como se fosse no banheiro, voltou e pegou na minha mão novamente, peguei na mão dele, mas era aquele cara muito bêbado, muito embriagado, depois ele votou para mesa dele. Algumas pessoas que estavam na mesa dele disseram que ele estava para uma seresta, que ficou até de manhã e não se queixou de nada.

Como o senhor recebeu a notícia do caso?
Eu fui surpreendido com um Boletim de Ocorrência dizendo que eu tinha mordido a orelha dele, estou rindo porque foi um caso muito hilário. Não cometi tal ato e acho que é intriga da oposição. Talvez ele queria que eu desse um tapa nele, que eu tivesse agredido ele, para
que eles tivessem um motivo para falar. Ele nem falou do salário dele que estava atrasado, só pegou na minha mão.

Como o senhor pretende enfrentar essa situação?
Estou pronto para responder na justiça e em qualquer lugar, acho que o tiro saiu pela culatra. O caso teve repercussão muito grande…
Eu irei processar alguns meios de comunicação que não me ouviram. É um negócio que cheira mal. Acho que ele montou uma farsa, para ver se eu reagia, afinal sou humano, sou feito de carne osso e dente. Acho que ele tentou, mas não conseguiu, e depois forjou.

Na sua opinião, o que motivou essa atitude?
Eu acho que sou perseguido desta forma, porque não sou político tradicional, não faço parte da elite, não tenho sangue azul, sou um caboco da roça. Alguém pode me acusar, agora a prova é de quem acusa. O desespero dos adversários é muito grande, pois eles sabem que para ganhar as próximas eleições no voto, vai dar trabalho. Eles estão inventando factoides e querendo jogar as pessoas contra mim.