‘Lista suja’ do trabalho escravo inclui mais cinco empregadores do PI e estado chega a 32 nomes; saiba como denunciar

No total, o cadastro conta atualmente com 745 nomes de empregadores que oferecem um ambiente de trabalho que fere a dignidade humana em todo o país.

Mais cinco empregadores do Piauí passaram a fazer parte da chamada “lista suja” do trabalho escravo. Com isso, o número total de empregadores piauienses com registro de submissão de trabalhadores a condições análogas à escravidão subiu para 32. A atualização foi divulgada na quarta-feira (9), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e inclui pessoas físicas (patrões) e jurídicas (empresas).

A “lista suja” é um documento público atualizado semestralmente, em abril e outubro. É considerada uma das principais ferramentas de transparência e combate ao trabalho escravo no Brasil. No total, 745 empregadores fazem parte da relação.

Confira os empregadores do Piauí inseridos na lista em 2025

  1. Sávio Brito de Pinho (agropecuária em Cajueiro da Praia)
  2. Domingos Laurentino Neto (agropecuária em Batalha)
  3. Francisco das Chagas Dias Rosal Junior (extração mineral em Monte Alegre do Piauí)
  4. LGF Construtora LTDA (construção em Boa Hora)
  5. Ludjalma de Sousa Araújo (extração mineral em Piripiri)

A inclusão na lista ocorre após fiscalização e constatação de irregularidades no ambiente. No geral, cada nome permanece na lista por um período de dois anos, mas uma portaria publicada em julho do ano passado estabeleceu novas regras que permitem que os empregadores sejam retirados do cadastro antes desse prazo, ou até mesmo evitem entrar.

Isso será possível se eles firmarem um termo de ajustamento de conduta, se comprometendo a indenizar as vítimas no valor de 20 salários mínimos, no mínimo, e a investir em programas de assistência a trabalhadores resgatados.

Situação no estado

De acordo com os dados oficiais, os 32 registros do Piauí envolvem um total de 295 trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão. As atividades mais recorrentes incluem extração mineral (pedreiras), exploração de carnaubais, agropecuária e trabalho doméstico.

Segundo o procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de Combate ao Trabalho Escravo no MPT-PI, os órgãos de fiscalização têm ampliado as ações no estado, e os resultados mostram avanços. “Em 2022, tivemos 180 trabalhadores resgatados; em 2024, esse número caiu para 14. Mas ainda há casos graves, e é fundamental seguir punindo os responsáveis”, afirmou.

Como denunciar

A população pode colaborar no combate ao trabalho escravo realizando denúncias de forma anônima e sigilosa por meio dos seguintes canais:

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