Morre o cantor Jair Rodrigues aos 75 anos

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O músico Jair Rodrigues se apresenta durante a comemoração de trinta anos do Programa ‘Viola Minha Viola’, na sede da TV Cultura, em 2012 (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)

Morreu Jair Rodrigues, aos 75 anos, de infarto agudo do miocárdio, informou a assessoria de imprensa do cantor. O corpo foi encontrado na sauna da casa em que Jair morava, em Cotia (SP), na manhã desta quinta-feira (8), e seguiu para o Instituto Médico Legal no começo da tarde. O velório acontece na Assembleia Legislativa, em São Paulo, a partir das 20h, aberto ao público.

O enterro está marcado para o cemitério do Gethsemani no Morumbi na sexta-feira (9), às 11h, apenas para familiares e amigos.
Iraci dos Santos, amiga da família, disse ao G1 que seu filho Alex Dorival, afilhado de Jair, estava na casa do cantor na noite desta quarta. Segundo ela, Jair se despediu e foi para a sauna por volta de 22h. Iraci contou que Jair foi encontrado morto nesta manhã, na sauna.

Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), em 6 de fevereiro de 1939. Pai dos também cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello, ele começou sua carreira nos anos 1960, em programas de calouros. Três anos antes, foi crooner em casas no interior de São Paulo.
Em 1962, gravou aquele que é considerado seu registro de estreia, um disco de 78 rotações. Segundo o perfil, duas das músicas, “Brasil sensacional” e “Marechal da vitória”, tinham como tema a Copa do Mundo daquele ano, no Chile, que foi vencida pela seleção brasileira.
Em 1964, gravou seus dois primeiros LPs, “Vou de samba com você” e “O samba como ele é”. Seu maior sucesso no período foi a música “Deixa isso pra lá”, tida como precursora do rap no Brasil.

Marcada pelo movimento característico das mãos de Jair Rodrigues, a faixa foi regravada em 1999 em parceria com o grupo Camorra, diz o perfil.

Jair Rodrigues também ficou conhecido pelo trabalho ao lado de Elis Regina. Os dois iniciaram a colaboração em 1965 e lançaram o disco ao vivo “Dois na bossa”.

A boa repercussão do LP rendeu o convite para apresentar o programa “O Fino da Bossa”, que estreou em maio daquele ano na TV Record. Com Elis, o cantor lançou em 1966 e 1967 outros dois volumes da série “Dois na bossa”.

A vitória no II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, foi outro ponto marcante da carreira de Jair Rodrigues.
Ele concorreu com “Disparada”, escrita por Geraldo Vandré e Teo de Barros). Na final, dividiu o primeiro lugar com “A banda”, composição de Chico Buarque interpretada na ocasião por Nara Leão.

Em 1975, nasceu Jair Oliveira, o Jairzinho. Foi estrela do grupo infantil Balão Mágico e depois passou a cantar MPB.
Quatro anos depois, nasceu Luciana Mello. Influenciada pelo pai e pelo irmão, também seguiu a carreira musical.

Nos últimos anos, Jair Rodrigues seguia na ativa em projetos com os filhos, em discos lançados por ele e também ao participar de homenagens para Elis Regina. Em 2012, participou de eventos que lembraram os 30 anos de morte da cantora.

Ele seguia em turnê para divulgar seu disco mais recente, “Samba mesmo”, que teve dois volumes lançados em março deste ano. Jair tinha apresentações marcadas para os próximos dias em Florianópolis e Contagem (MG).

O cantor se despediu dos palcos e da música na última terça-feira (6) durante uma apresentação no Hotel Guanabara, em São Lourenço (MG). Segundo o organizador do show, Daniel Moura, Jair cantou e dançou por mais de uma hora demontrando a típica alegria e vitalidade. Ele plantou bananeira no palco e fez uma homenagem para Elis Regina. Segundo Moura, antes de “Romaria”, conversava com a cantora como se ela estivesse no palco: “Olha Pimentinha, manda um abraço para São Pedro porque eu não estou com pressa”.  G1

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