PI é o 4º estado com mais mortes por Aids diagnosticada tardiamente; entenda a importância da testagem
O Piauí é o 4º estado do país com mais mortes por Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, em inglês) diagnosticada tardiamente, segundo o Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2023 do Ministério da Saúde (MS), divulgado em dezembro do ano passado. Neste domingo, 1º de dezembro, data em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o g1 relembra o dado e fala sobre a importância da prevenção, testagem, diagnóstico e tratamento contra o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).
Além disso, a baixa imunidade permite o aparecimento de doenças chamadas oportunistas, porque se aproveitam da fraqueza do organismo para se manifestarem, que podem levar à morte. Por isso, evitar a contaminação ou, quando isso não ocorre, procurar um diagnóstico e tratar, em caso de positivo, é fundamental.
Mais de 600 pessoas morreram com Aids no Piauí entre 2019 e junho de 2023, apontou o Boletim Epidemiológico do MS. Segundo o levantamento do órgão, 10% dos casos registrados em 2022 vieram do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Isso indica que as vítimas tiveram diagnóstico tardio e não estavam inseridas na rede de cuidados em HIV e Aids, pois não estavam notificadas nos sistemas de Controle de Exames Laboratoriais de CD4+/CD8+ e Carga Viral do HIV (SISCEL) e no de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom).
“É um dado terrível, que pode ser completamente modificado. É preciso quebrar o tabu de se falar de sexualidade. Quando se fala de forma técnica, profissional, entra na área de saúde sexual”, disse coordenadora estadual dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), Cristiana Rocha.
“Ser infectado com HIV não significa o fim. A medicação é altamente eficiente e, se a pessoa faz o tratamento, tem acompanhamento, a tendência é ficar indetectável, com a quantidade de vírus tão pequena que ela nem adoece e nem transmite para outras pessoas“, completou.
Onde fazer o teste
Autoteste de HIV em Unidade Básica de Saúde (UBS) — Foto: PMM/divulgação
Nos CTAs, os exames podem ser feitos de forma anônima e, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado. Há dois tipos de testes:
- Rápidos: podem ser realizados com a coleta de uma gota de sangue na ponta do dedo ou amostra de fluido oral (saliva), e fornecem o resultado em, no máximo, 30 minutos.
- Laboratoriais: são feitos com coleta de sangue da veia e o material é encaminhado para um laboratório.É recomendado que o teste de HIV seja feito com regularidade e, principalmente, caso haja uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha. Nesse caso, há o protocolo da profilaxia pós-exposição de risco ao HIV (PEP), que deve ser buscado em até 72 horas após a exposição.
Prevenção contra o HIV
Além do uso de camisinha, outra forma de prevenção contra o HIV, é fazendo uso da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual. Essa medicação prepara o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV.
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) previne infecção pelo HIV — Foto: Reprodução/EPTV
A pessoa em PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Para aderir à PrEp, basta procurar um serviço de saúde e verificar se há indicação para o uso.
Dezembro Vermelho
A partir deste domingo (1º), inicia-se a campanha Dezembro Vermelho, uma mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras ISTs, chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.