Piauí registra 178 mortes em acidentes de trânsito em 2025; mais de 70% das vítimas não tinham CNH, diz SSP

Em Teresina, 30 pessoas morreram em acidentes de trânsito. Dentre essas, 25 eram motociclistas. A ferramenta aponta ainda que metade das vítimas não era habilitada, enquanto 23,3% delas tinham entre 45 e 54 anos.

Conforme o diretor de Operações de Trânsito da SSP-PI, Fernando Aragão, as informações coletadas pelo Observatório possibilitam um planejamento mais eficiente das ações de fiscalização no trânsito.

“Com dados detalhados sobre acidentes e fatalidades, o Observatório permite a identificação dos locais com maior número de ocorrências, os horários mais críticos, o perfil das vítimas e os tipos de veículos mais envolvidos, reforçando a prevenção e redução de acidentes”, afirmou o diretor.

Uma das vítimas dos acidentes de trânsito em Teresina foi o eletricista Jucemberg Silva Aguiar, morto em outubro de 2024. Ele pilotava uma moto na Ponte da Primavera, Zona Norte da capital, quando foi atingido por um carro que invadiu a contramão para fazer uma ultrapassagem.

A motorista do carro, Mariana Monteiro Bevilaqua de Sales, foi indiciada em novembro de 2024 por homicídio com dolo eventual – ou seja, quando se assume o risco do ato cometido e suas prováveis consequências – pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Trânsito (DRCT).

Em entrevista à TV Clube, a viúva de Jucemberg, a vigilante Joelma Silva, afirmou que sua vida nunca foi a mesma desde a perda do marido. Ela alegou que a condutora estava indo para uma festa e não prestou socorro à vítima do acidente. O g1 não conseguiu localizar a defesa da acusada.

“Ela não foi autuada em flagrante. Atropelou meu marido, se evadiu do local e foi pega a mais de 500 m de distância, na alça da ponte. Saiu do local do crime e foi para o hospital. Só quero que a justiça seja feita e ela pague por ter tirado a vida do meu marido”, disse a vigilante.

Joelma apontou que a ausência do companheiro pesa diante da responsabilidade de cuidar dos filhos doentes e da filha com depressão. A esposa de Jucemberg fez um apelo ao Ministério Público do Piauí (MPPI), que recebeu o inquérito policial e deve decidir se oferece denúncia à Justiça.

“Peço encarecidamente ao promotor que está com o caso que veja com bons olhos e seja justo. Meu marido era trabalhador, bom pai, bom marido e bom filho. A falta que ele faz é muito grande. Levanto todos os dias e procuro ele em casa, mas não o vejo”, completou.