Piauí registrou 374 ocorrências de estupro no primeiro semestre
De janeiro a junho deste ano, foram registrados 374 boletins de ocorrências de crimes de estupro e estupro de vulnerável no Piauí. Desses, 121 foram denunciados na capital e 253 no interior do estado. A maioria das ocorrências é registrada em Teresina, com aproximadamente 32% dos casos.
Os dados são de levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado. O primeiro semestre registrou um aumento de quase 2% se comparado ao ano passado, quando 374 mulheres foram abusadas de janeiro a junho. A média corresponde a dois registros de estupro por dia no Piauí.
Para a delegada Vilma Alves, da Delegacia da Mulher de Teresina, o número de denúncias tem aumentado com o crescimento das discussões sobre os direitos da mulher. “A tendência é aumentar. Por quê?
A gente vê toda hora as mulheres fazendo denúncias. Elas estão cada vez mais conscientes em relação aos seus direitos e aos direitos do seu corpo, da sua liberdade sexual. Mesmo abaladas, muitas têm coragem de nos fornecer todos os detalhes necessários para a construção dos inquéritos”.
De janeiro de 2018 a junho deste ano, o total de vítimas chega a 1.142 mulheres, se levado em consideração o número de registros de ocorrências. Dessas, 768 sofreram violência em 2018, uma média de 64 ocorrências por mês no ano.
Vilma Alves aponta o trabalho de conscientização em escolas e universidades por meio de palestras e debates como uma alternativa à prevenção e estímulo à denúncia. “Isso vale porque a conscientização muda o pensamento da mulher”, afirma.
Sobre o perfil dos estupradores, a delegada assegura que não há idade, nem classe social.
Muitos casos ainda estão de fora do levantamento do primeiro semestre e devem ser registrados no levantamento até o final do ano. Em setembro, a Polícia Civil prendeu em flagrante um rapaz suspeito de estuprar pelo menos oito mulheres no Centro de Teresina. Em Luís Correia, um pai é suspeito de ter engravidado a filha de 11 anos.
A delegada de Polícia Civil garante que o sigilo da mulher é uma das prioridades da polícia. “A investigação é sigilosa. Nem o nome dela é divulgado”, conta.
Além das quatro delegacias especializadas em violência contra a mulher em Teresina, cidades do interior já possuem a estrutura. É o caso de Parnaíba, Floriano, Picos e São Raimundo. Para cidades do interior como Piripiri, a vítima também pode usar o aplicativo de denúncia Salve Maria. CidadeVerde