Prefeitura e Interpi entregam título de propriedade a 150 famílias no Marinheiro e Vaquejador
A Prefeitura de Piripiri, em parceria com o Governo do Estado e com o Instituto de Terras do Piauí (Interpi), entregou, nesta quarta (08/09), os sonhados títulos de doação de terras para as 150 famílias das comunidades Marinheiro e Vaquejador, zona rural do município. Com a entrega, foi finalizado o processo de regularização dos imóveis rurais das duas comunidades quilombolas, um sonho de 28 anos.
A prefeita Jôve Oliveira Monteiro disse que a luta das comunidades quilombolas iniciou em 1993, e, que pode acompanhar como vereadora, deputada e agora como prefeita. “É uma luta de séculos, dos ancestrais negros que nunca tiveram oportunidade de dizer: esse pedaço de chão é nosso. Hoje, foi um dia de consolidação de sonhos, mas a luta só está começando”, destaca a gestora. “Estamos aqui com o Governo do Estado, com o Interpi, SASC, SETAS e com toda a estrutura do município, dizendo aos povos negros quilombolas que eles são muito importantes para nós. Eu estou aqui emocionada, muito feliz com essa conquista’, revela a prefeita Jôve Oliveira Monteiro.
O diretor do Interpi, Chico Lucas, disse que o momento é histórico porque as 85 famílias de Marinheiro e 64 famílias do Vaquejador recebem os documentos da terra depois de 28 anos e após um longo trabalho de pesquisa do Interpi. “Nós queremos, em breve, titular a comunidade Sussuarana e regularizar a comunidade indígena Tabajara do cacique Guilherme”, antecipou o diretor.
A presidente da Associação dos Moradores do Marinheiro, Rosimeire Damasceno, falou que não se consegue nada sozinho e agradeceu a comunidade, às entidades e ao Interpi pela conquista. “Agora, a gente tá seguro para plantar e conseguir mais políticas públicas pela Prefeitura e Governo do Estado”, frisa a dirigente.
Para o morador João Roberto, que há 35 anos mora no povoado Marinheiro, ter a posse da terra é um sonho realizado. “Com certeza um momento muito importante pra gente, Sonho realizado porque a terra é da gente agora”, declara.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Piripiri (STR), Rita Vieira, afirma que essa certificação das comunidades quilombolas é só o começo. “Ainda temos muito trabalhadores rurais, vivendo em terras devolutas do Estado que precisam ser regularizados”, frisa a sindicalista.