Seduc garante acesso ao ensino do Braille no Centro de Apoio Pedagógico a Pessoas com Deficiência Visual
No dia 8 de abril foi instituído o Dia Nacional do Sistema Braille, uma ferramenta efetiva para alfabetização, leitura, escrita e aprendizado das pessoas com cegueira ou baixa visão.
O acesso ao ensino do Braille é assegurado pela Secretaria de Estado da Educação do Piauí (Seduc-PI) por meio dos atendimentos no Centro de Apoio Pedagógico a Pessoas com Deficiência Visual (CAP), localizado no bairro Monte Castelo, zona Sul de Teresina.
O Centro integra as políticas da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) voltadas à educação inclusiva no Piauí, por meio do Programa de Educação Especial Inclusiva, como explica Viviane Faria, superintendente de Ensino da Seduc.
O programa abrange investimentos na expansão das salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), na formação de Profissionais e na reforma e ampliação dos Centros de Atendimentos Educacionais.
“A Seduc, na perspectiva da educação inclusiva, tem salas com equipamentos que trabalham, especificamente, com a produção de material em braille, materiais em alto relevo e a possibilidade de oferta de tecnologia assistiva como recurso pedagógico para os nossos estudantes. O CAP tem especialistas de referência no Estado que fazem formações para todas as nossas escolas”, elencou a superintendente.
Atendimento no CAP
João Victor Moreira Carneiro Lima perdeu a visão parcialmente durante a adolescência e foi após iniciar o atendimento no CAP que ele tem recuperado sua autonomia.
“Eu não conhecia o braille na escola e foi no CAP que aprendi e me ajudou muito a escrever, ler textos, resolver contas matemáticas e nas atividades do dia a dia. Hoje consigo fazer a leitura de livros e ler os exercícios de treino na academia”, disse.
Com faixa etária a partir de 7 anos, o público atendido pelo Centro tem acesso ao quadro de profissionais e atividades de braille, Soroban, Orientação e Mobilidade, Práticas Educativas para uma Vida Independente (PEVI), Educação Física Adaptada e Musicografia.
Lila Santos, diretora do Centro de Apoio Pedagógico a Pessoas com Deficiência Visual (CAP), explica que os estudantes realizam as atividades no contraturno e recebem o apoio com adaptação do material didático utilizado no ensino regular.
“Atendemos esses alunos na produção do material didático. Enquanto os alunos estão nas escolas regulares assistindo suas aulas e o professor diz ‘vamos abrir o livro’ o nosso aluno com deficiência visual também abrirá o livro para acompanhar, pois a nossa produção do CAP já fez essa adaptação do livro. Em toda a grade curricular o braille pode ser trabalho em todas as disciplinas”, disse.
Sistema Braile
O Braille consiste no sistema-padrão com base na escrita tátil utilizado por pessoas com alguma deficiência visual (cegas ou com baixa visão). Escrito em papel relevo, o braille utiliza 63 combinações em pontos que abrangem sinais para representar uma letra do alfabeto, um número, um sinal de pontuação ou mesmo uma palavra inteira.
“Escuto relatos dos alunos satisfeitos com a aprendizagem do braille para sua autonomia. Eles podem realizar a leitura dos livros no tempo deles e de forma prazerosa, além do benefício de aprender a ortografia correta”, enfatiza Eljacira Araújo, professora no CAP há 18 anos.