Vídeo de crianças atravessando rio amarradas e segurando em corda indo à escola em Milton Brandão é destaque no Globo Rural

A difícil realidade enfrentada pelos agricultores de Milton Brandão, no Piauí, foi destaque no programa Globo Rural, da TV Globo, veiculado neste domingo (10). O vídeo exibido no programa revelou a situação dramática dos moradores diante das enchentes do Rio Corrente. Na comunidade Oitis, zona rural do município, crianças e adolescentes estão atravessando o rio de maneira precária, sendo amarradas e auxiliadas por uma corda para chegarem à escola.

O vídeo, produzido pelos jornalistas Tiago Mendes, Luiz Gustavo Graça e Gabriel Loiola, apresentou o relato de uma mãe que destacou a preocupante situação, descrevendo a travessia como sendo feita “como animais”. Muitas crianças já deixaram de frequentar as aulas devido às dificuldades enfrentadas. As imagens foram capturadas na quarta-feira (6), após intensas chuvas na região. A Prefeitura de Milton Brandão reconheceu a urgência do problema, afirmando que estão buscando recursos e apoio do governo estadual para a construção de uma passagem no local.

A matéria contou com o depoimento de Janaína Frota, mãe de três estudantes, que ressaltou o medo enfrentado ao ver seus filhos atravessando o rio. Durante o período mais intenso de chuvas, os alunos ficam impossibilitados de frequentar a escola, localizada a aproximadamente 20 km da comunidade de Paudarcal, onde ela reside.

O relato de outra moradora, Rita Maria da Silva, evidenciou a extrema dificuldade enfrentada por famílias, como a necessidade de amarrar seus filhos para atravessarem o rio, inclusive para compromissos médicos, como o caso de Gael, de três anos, que precisou ser levado a uma consulta pediátrica.

Secretaria de Educação se pronunciou

Em entrevista à Rede Clube, o secretário de educação comentou a situação e falou ainda sobre a opção que alguns pais encontram, de mandar as crianças para a escola em caminhonetes sem proteção na carroceria, conhecidas como “pau-de-arara”. Segundo ele, a orientação dada pelas escolas é de os pais apenas não mandarem os filhos para as aulas.

“Aquelas pessoas que moram no outro lado dos rios são orientadas a não ir para a escola. Esse assunto para nós aqui é praticamente esquecido, porque eu vou ter que chamar o pai da criança para me dizer por que ele levou o filho dele [no pau-de-arara], vai entrar Conselho Tutelar, porque o pai estava colocando a criança em risco, que não foi o motorista, nem o professor e nem o secretário, foi o pai por livre e espontânea vontade que levou o filho”, declarou.

PortalP2

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