Vítimas de estupro coletivo em Castelo do Piauí falam sobre agressão
Duas das quatro adolescentes vítimas de um estupro coletivo em Castelo do Piauí, no Norte do estado, foram
ouvidas pela polícia na quarta-feira (3). Em depoimento, as garotas relataram os momentos de horror que
passaram quando estiveram em poder dos criminosos. Segundo o delegado Laércio Evangelista, as meninas
revelaram que os suspeitos falavam que estavam a serviço de um patrão e que este as queria.
As garotas sofreram várias agressões e ainda foram arremessadas do alto de um penhasco com mais de 10
metros de altura.“Durante a conversa, duas adolescentes que estão conscientes contaram alguns detalhes da
ação dos bandidos. As meninas revelaram que os garotos diziam as seguintes frases: “Nós estamos a serviço
do nosso patrão, nosso patrão quer vocês”, contou o delegado.
Por conta do trauma, segundo Laércio Evangelista, as garotas não se lembram de muita coisa, mas
reconheceram os suspeitos. Quando elas viram as fotos deles não tiveram dúvidas de que se tratava dos
mesmos rapazes. “Elas também reconheceram, através de fotos, os adolescentes suspeitos de cometer o
crime”.
A polícia ainda não sabe a sequência dos fatos, mas o delegado acredita que as meninas tenham sido
raptadas pelos adolescentes e depois levadas até Adão, suspeito de ser o incentivador do grupo, segundo a
polícia.
“Os adolescentes agiram por incentivo de Adão José de Sousa, 40 anos.Elas contaram que ouviam um
homem dar ordens de como os garotos deveriam agir. Ele dizia de que forma os meninos deveriam praticar os
crimes contra as garotas”, destacou.
Também já foram ouvidas pessoas que afirmaram ter visto Adão em Castelo do Piauí, horas depois de
cometer o crime. Quando foi preso, o suspeito afirmou que deixou a cidade depois de realizar um assalto.
“Isso é mentira. Ele nega participação no crime, mas relatos de testemunhas dão conta de que ele
permaneceu em Castelo”, comentou o delegado.
Laércio Evangelista disse ainda que na sexta-feira (5) mais uma das vítimas será ouvida. Uma das meninas
ainda permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Teresina. Na
quarta-feira (3) outra adolescente de 17 anos que também estava na UTI apresentou melhoras e os médicos
decidiram encaminhá-la para a unidade de cuidados intermediários.
O delegado espera o resultado de exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) para concluir o inquérito.