Adolescente invade escola e mata aluna cadeirante de 19 anos na Bahia

Uma aluna cadeirante foi morta na manhã desta segunda-feira, 26, no Colégio Municipal Eurides Sant’Anna, em Barreiras, no oeste baiano. Segundo informações das Polícias Civil e Militar da Bahia, um adolescente de 14 anos trajando roupa preta, capuz e óculos escuros pulou o muro da escola, no bairro de São Pedro, e matou Geane de Silva de Brito, de 19 anos, com golpes de arma branca e disparo de arma de fogo. Já a Secretaria Municipal de Educação diz que ele se misturou aos alunos na hora da entrada.

O autor do crime foi atingido por tiros por uma pessoa ainda não identificada. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado a uma unidade de saúde, onde está sob custódia. O estado de saúde não foi divulgado. Segundo um porta-voz da Polícia Militar, em entrevista à TV Record local, os disparos foram feitos por uma pessoa que passava nas proximidades da escola no momento do crime.

Conforme a Secretaria Municipal de Educação, o adolescente chegou à unidade de ensino em maio, após ser transferido de uma escola do Distrito Federal. Os seus colegas em Barreiras mal o conheciam, por causa da baixa frequência escolar do rapaz. O histórico anterior dele também era abaixo dos demais alunos por conta das frequentes ausências em sala de aula.

O adolescente morava em um bairro próximo à escola e entrou pelo portão da frente, mesmo sem o uniforme escolar. Ele teria aproveitado o fluxo de pessoas e se infiltrado entre elas, segundo o assessor da secretaria de Educação, Aparecido Freitas de Oliveira.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram alunos deixando a escola correndo. No momento do ataque, todos os alunos estavam no pátio da escola. É lá que todos os dias, eles fazem uma preparação antes de seguir para sala. A vítima estava no pátio quando foi esfaqueada e baleada. Não se sabe, até o momento, se ela era o principal alvo ou se o adolescente a escolheu dado a dificuldade de locomoção da jovem.

Escola em Barreiras, na Bahia, onde aluna cadeirante foi morta. Foto: Google Maps/Reprodução

Com o acusado, segundo a PM baiana, foram encontrados um revólver calibre 38, duas armas brancas e “aparentemente uma bomba caseira”.

O colégio, que atende o ensino fundamental, tem gestão compartilhada com a Polícia Militar da Bahia desde 2019. A proposta partiu da própria instituição de ensino no ano anterior devido aos casos de violência. O projeto foi aprovado por pais durante uma assembleia. De acordo com o assessor, os policiais militares da reserva cuidam das ações disciplinares e vão à escola sem fardamentos militares e desarmados.

Em nota, a Prefeitura de Barreiras lamentou a “tragédia inimaginável”. “A Secretaria de Educação com todo seu corpo técnico e a Polícia Militar acompanham o caso promovendo todo apoio e assistência aos estudantes e seus familiares com toda a responsabilidade que a situação requer, diante de tão inesperada tragédia. Em tempo, solidarizam-se com a família da aluna vitimada, expressando os mais profundos sentimentos neste momento de profunda dor e consternação”, diz o texto.

Segundo a escola, ele teria feito uma publicação no Twitter, no dia anterior, dizendo que, mesmo sabendo que apareceria em todos os jornais, permanecia calmo. Também escreveu que havia dado o último abraço no pai. A conta do rapaz na rede social teria sido suspensa. Em suas últimas publicações na rede social, conforme o colégio, ele aparece vestido com a mesma roupa usada durante o crime.

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