Aplicativo que envelhece fotos cede dados dos usuários para anunciantes
Nos últimos dias, a internet foi inundada por imagens que mostram como as pessoas ficariam mais velhas. A façanha era do aplicativo FaceApp, disponível para Android e iPhone. Se você leu os termos de privacidade do app, já sabe. Se não, saiba que o programa, como vários outros do gênero, recolhe dados dos internautas e os cede para anunciantes.
Desenvolvido pela companhia russa Wireless Lab, o app informa em seus termos de uso que faz a coleta e o compartilhamento de informações de seus usuários com terceiros. As informações cedidas vão além das imagens publicadas pelo próprio aplicativo e incluem até mesmo os histórico de navegação do usuário.
De acordo com o informações listadas no site da empresa, o aplicativo pode coletar informações do registro de navegação, além de arquivos de cookies e demais informações sobre o dispositivo em que o aplicativo foi utilizado. O dado mais crítico, contudo, é o endereço de IP, uma espécie de CEP digital capaz de indicar a localização geográfica em que a conexão foi realizada.
Sobre a cessão dos dados para terceiros, a empresa ainda informa que não vai fazer a alugar ou a vender as informações coletadas sem o consentimento do usuário. Ao falar sobre terceiros, a companhia refere-se a outras empresas que fazem parte do mesmo grupo do FaceApp. Vale lembrar, porém, que todos os usuários que utilizaram o aplicativo concordaram com os termos de uso.
Apesar de ser criado por uma empresa russa, o FaceApp armazena seus dados em servidores nos Estados Unidos. O país ainda não conta com uma regulação específica em relação ao armazenamento e ao uso de dados pessoais de usuários por empresas, deixando-os mais desamparados legalmente em relação ao uso indevido de suas informações.
No Brasil, a situação é semelhante. Como a companhia também não tem atuação física por aqui, o FaceApp não se enquadra na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor no ano que vem e é baseada na legislação europeia.