Dono de academia que barrou jovem por ‘parecer marginal’ é indiciado no PI
A Polícia Civil do Piauí indiciou o proprietário de uma academia localizada na Zona Sul de Teresina por ter impedido um jovem de frequentar seu estabelecimento porque ele teria a ‘aparência de um marginal’. O caso foi denunciado pela mãe do rapaz na Delegacia de
Proteção aos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias da capital em março de 2015, e agora o dono da academia deve responder na Justiça por racismo.
As informações foram confirmadas pelo delegado Emir Maia, que comandou as investigações e encerrou o inquérito na última sexta-feira (26).
Segundo ele, a Polícia chegou à conclusão do caso através do depoimento de testemunhas que presenciaram a prática discriminatória. O caso agora segue para a Justiça e, segundo o
delegado, cabe à promotoria do Ministério Público julgá-lo.
Ainda segundo o delegado, se for condenado, o dono da academia pode pegar de um a três anos de prisão. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível.
O G1 tentou ligou para a academia onde o crime de racismo ocorreu, mas até o fechamento desta reportagem ninguém atendeu às ligações.
A mãe do jovem, Katia Rejane de Sousa, que é professora e orientadora social, disse que não se calaria frente ao processo e pediu que o juiz fosse sensível ao caso para que o homem seja punido.
Entenda o caso
Em março de 2015, Katia Rejane de Sousa, de 41 anos, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias em Teresina depois que o filho foi impedido de frequentar a academia onde já treinava.
A justificativa dada pelo proprietário da academia, segundo ela, teria sido porque o rapaz tinha “aparência de marginal”. O fato aconteceu no bairro Monte Castelo, Zona Sul da capital.
Na época, o G1 entrou em contato com o proprietário da academia, mas ele informou que desconhecia o fato relatado pela mãe do jovem.