Falsa neurologista é presa pela PF na OAB ao tentar ser palestrante de evento em Teresina
Uma mulher suspeita de exercer ilegalmente a medicina foi presa pela Polícia Federal dentro da sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, no início da tarde desta segunda-feira (16). Segundo a OAB, ela se apresentou para membros da instituição como neurologista e pedia para ser palestrante de um evento sobre saúde mental que ainda será realizado.
O presidente da Comissão de Direito da Saúde da OAB, Williams Cardec, que também é médico, foi um dos primeiros a suspeitar da falsa profissional ao solicitar a documentação e o currículo.
“Ela queria participar da palestra e foi levar documentos para provar que possui expertise na área. Quando ela chegou que começou a se explicar, notei que não a conhecia e nunca tinha visto ela no meio. Pela manhã eu já tinha recebido uma mensagem do presidente do CRM que uma pessoa tinha tentado fazer um atendimento dentro do HGV. Até então a gente não sabia que essa pessoa tinha ido a OAB também”, disse Cardec.
O presidente da Comissão revelou ainda que, além de usar o CRM de outra médica, ela se passou pela profissional usando o mesmo nome.
“Quando ela chegou na OAB, a gente pediu a documentação, já que ela estava se intitulando como médica neurologista, PHD e uma série de títulos. Na verdade ela não tinha documentação. Ela tinha fotos, coisas de Instagram. Quando ela me disse o nome dela completo e mostrou o número do CRM eu liguei pra colega, pois eu conhecia a dona daquele CRM. Ela estava usando o CRM de outra colega”, explicou o presidente.
Como as informações não batiam, o advogado disse que fez uma varredura em grupos de médicos para tentar localizar a verdadeira dona do CRM.
“A OAB vai fazer um evento sobre saúde mental e ela foi pedir para participar. Dentro dos palestrantes, ela solicitou participar usando o nome de uma colega que existe. Ela usou os dados completo da colega. Fui atrás de identificar a colega e consegui dentro dos grupos e falei com ela. Ela disse que não estava sabendo do ocorrido e foi aí que acionamos a Polícia Federal. Continuamos conversando com ela até a PF chegar e fazer o flagrante”, detalhou.
A denúncia à PF foi feita pela Comissão de Direito da Saúde e da Ouvidoria da OAB, em conjunto com o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI). O CRM confirmou a prisão.
A mulher, de aproxidamente 35 anos, foi conduzida à PF para esclarecimentos. Williams Cardec informou ainda que ela disse ter um curso técnico de enfermagem, no entanto, a atuação estava suspensa pelo Coren (Conselho Regional de Enfermagem).
O exercício ilegal da profissão de médico é crime com pena prevista de seis meses a dois anos de detenção. CidadeVerde