Juízes são contra redução de zonas e TRE-PI encaminhará documento ao TSE

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O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) realizou uma audiência pública, na manhã desta sexta-feira (13/11), para discutir determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que extingue 11 zonas eleitorais no Piauí. Os juízes e autoridades eleitorais presentes no evento se manifestaram contra a determinação e o Tribunal irá encaminhar um documento ao TSE solicitando a manutenção das zonas.

Na audiência, foram discutidos os custos que a mudança representará para a Justiça eleitoral do Estado e para o eleitor. O presidente do TRE-PI, desembargador Edvaldo Moura, afirmou que a medida irá prejudicar principalmente os eleitores que apresentam algum tipo de deficiência e os idosos. Cerca de 160 mil eleitores serão afetados.

Edvaldo Moura avalia que essa medida pode favorecer o crime eleitoral de transporte ilegal de eleitor. Sem dinheiro para se deslocar de um município para outro, o leitor pode recorrer a políticos para ter a garantia do transporte na época da eleição. “Tudo isso prejudica. O transporte ilegal é algo que o TRE-PI vem combatendo em todas as eleições. Queremos eleitores mais conscientes e não podemos deixar que situações como essa prejudiquem o processo eleitoral”, disse.

O presidente do TRE-PI afirma que no Piauí seria muito maior o número de zonas afetadas já que muitos municípios possuem menos de 10 mil eleitores. “Essa é uma questão delicada. O TSE só trabalha com os números e nós trabalhamos com as pessoas, pensando no cidadão. A população dessas cidades, que são as mais pobres, não podem ser prejudicas”, declarou.

ZONAS AFETADAS

De acordo com o TSE, apenas 11 zonas seriam extintas, mas pelos cálculos do TRE-PI seriam pelo menos 14. A medida atingiria as zonas de Jerumenha, Canavieira, Beneditinos, Manoel Emídio, Cristalândia, São Gonçalo do Piauí, Santo Antônio dos Milagres, Francinóspoles, Landri Sales, Antônio Almeida, Porto Alegre do Piauí, Nossa Senhora dos Remédios, Aroazes e Monte Alegre.

Na ocasião, o presidente da Associação dos Magistrados Piauienses, Leonardo Trigueiro, se posicionou contra a resolução. De acordo com Trigueiro, a mudança não se justifica em razão do baixo custo da economia diante dos benefícios trazidos aos cidadãos pelos serviços eleitorais, a baixa densidade demográfica nos municípios afetados e os relevantes serviços prestados pela Justiça Eleitoral.

“Nos municípios afetados temos uma baixa densidade demográfica, onde a população está, sobretudo, na zona rural, distante dos centros de cidadania. Imaginem o prejuízo que essas pessoas vão ter com a extinção das zonas eleitorais, especialmente os eleitores mais humildes”, diz.         oolho

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