Médico de Bolsonaro revela após cirurgia complexa: “Problema não está 100% resolvido”
A equipe médica do Hospital DF Star, em Brasília, atualizou nesta segunda-feira (14) o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), internado desde o último sábado (12). Em entrevista coletiva, os profissionais descreveram a cirurgia realizada no domingo como complexa e indicaram que ele permanece na UTI, em condição estável, embora sob vigilância contínua.
De acordo com o boletim médico divulgado pela unidade, o momento exige atenção redobrada nas primeiras 48 horas após a operação, fase considerada crítica no processo de recuperação.
Cirurgia longa e sem intercorrências
O cardiologista Leandro Echenique foi um dos responsáveis por detalhar o procedimento, destacando a gravidade da intervenção, mas também o êxito da equipe. “Cirurgia extremamente complexa. Tinha muita aderência (no intestino), mas o resultado foi excelente”, disse. E reforçou que não houve intercorrências durante a operação. “Não houve complicação”, garantiu. “Todas as medidas preventivas serão tomadas.”
Recuperação será gradual
O cirurgião Cláudio Birolini complementou os esclarecimentos, explicando que os danos ao intestino de Bolsonaro já vinham sendo observados há algum tempo. A situação exigiu cuidados específicos no pós-operatório. “A gente precisa deixar o intestino dele descansar, desinflamar, retomar a atividade, para só depois pensar em realimentação por via oral”, explicou. No momento, o ex-presidente está recebendo alimentação por via intravenosa.
Situação mais grave desde 2018
Birolini também fez uma comparação com o histórico médico de Bolsonaro, que desde a facada sofrida em 2018 passou por várias cirurgias. Mesmo sem ter acompanhado todas as internações anteriores, ele avaliou que este é o episódio mais delicado enfrentado pelo paciente desde então.
O procedimento cirúrgico durou cerca de 12 horas e teve como objetivo desfazer aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. Segundo o médico, a condição do abdômen continua crítica. “As aderências vão se formar, isso aí é inevitável. Um paciente que tem um abdômen hostil, por mais que você solte tudo, essas aderências vão se formar”, afirmou.
Internação
Bolsonaro foi hospitalizado inicialmente em Natal (RN), após passar mal durante compromissos políticos no interior do estado. Ele foi levado de helicóptero até a capital potiguar e, em seguida, transferido para Brasília, onde chegou na noite de sábado e foi encaminhado ao DF Star.
A equipe médica permanecerá monitorando de perto a evolução clínica do ex-presidente nas próximas horas, período que será determinante para avaliar os próximos passos no tratamento. MN