Mulheres foram 41% dos presos por tráfico de drogas no Piauí em 2022

Quase metade das prisões por tráfico de drogas realizadas no Piauí em 2022 foram de mulheres. Nos primeiros sete meses deste ano foram 55 pessoas presas pelo crime, sendo que 23 são mulheres, ou seja, 41%. Em 2021, foram 48 presas e 76 homens, o que representou 38% de prisões femininas.

O delegado de Combate a Entorpecentes Thiago Silva explicou que o perfil das mulheres no tráfico está mudando com o passar dos anos. Antigamente, a figura feminina assumia o tráfico após a prisão do marido, pai ou irmão, mas atualmente, após investigações a polícia percebeu que as mulheres estão assumindo o comando das organizações criminosas.

“Antigamente tinha essa ideia de que a mulher se resumia dentro do crime de tráfico de drogas como acessório do homem, ou o homem que era o dono da boca de fumo, e após a prisão, a mulher ficaria sendo responsável pela boca ou então ela serviria como mula para o transporte de drogas de outros estados para o Piauí. Hoje em dia esse perfil mudou” explicou o delegado.

Ainda segundo Thiago, algumas investigadas começaram a desenvolver a atividade criminosa independente da presença de um homem. O delegado ainda contou que a faixa etária de mulheres no crime também mudou nos últimos anos.

“Nós já efetuamos prisões de mulheres de diversas faixas etárias em relação ao tráfico, tanto mulheres jovens até 20 ou 25 anos, como pessoas mais idosas acima dos 60 anos”, contou Thiago.

Empoderamento feminino negativo

Ainda segundo o delegado, entre as principais justificativas dada pelas mulheres presas por tráfico de droga está na prisão do marido e ela foi obrigada a continuar com a atividade, porém, ainda segundo ele, o empoderamento feminino também está refletido no crime.

“A motivação principal que a gente percebe é que o empoderamento da mulher, que hoje é tão falado, infelizmente tá se refletindo também no crime. O crime não escolhe sexo, não escolhe classe social. Então nós já efetivamos prisões, nós temos investigações de mulheres de uma classe social menos favorecida, quanto também de mulheres que tem uma classe social, um poder econômico elevado, tanto é que algumas chefiam organizações criminosas”, lamentou o delegado.

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